Trama golpista: Dino diz que julgamento é ‘check-up’ da democracia e Cármen Lúcia espera que seja ‘remédio’

Trama golpista: Dino diz que julgamento é ‘check-up’ da democracia e Cármen Lúcia espera que seja ‘remédio’


‘Esse julgamento, ministra Cármen, é um check-up da democracia’, afirma Flávio Dino
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que espera que o julgamento da chamada trama golpista seja um “um check-up da democracia”. Em resposta a Dino, a ministra Cármen Lúcia disse que espera que o processo sirva como “remédio”. (veja no vídeo acima)
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quinta-feira (11) o julgamento da chamada trama golpista com o voto da ministra Cármen Lúcia. Até a tarde desta quinta-feira (11), concluíram os votos os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia, que deu o voto para o STF formar maioria para condenar todos os réus em todos os crimes.
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O diálogo entre os ministros se deu enquanto a ministra Cármen Lúcia falava da importância de combater ataques à democracia para que grupos não corroam o Estado Democrático de Direito.
“A saúde política e jurídica no Estado Democrático de Direito exige o que vale para nós, seres humanos. A pessoa inteligente cuida da saúde para não tratar da doença. É preciso que a gente cuide de cada coisa. Então, eu acho que é exatamente o que vossa excelência [ministro Cristiano Zanin] afirma e que o ministro Alexandre afirma como sendo esta corrosão interna. É uma contaminação de uma doença contrária ao direito”, afirmou Cármen. 
Na sequência, o ministro Flávio Dino pede a palavra.
“Esse julgamento, ministra Cármen, é um check-up da democracia. Me apropriando da metáfora de vossa excelência”, disse o ministro.
Com a palavra de volta, a ministra Cármen Lúcia completa seu raciocínio.
“E eu espero que seja este julgamento um remédio para que não volte com frequência. A recidiva não é boa”, disse a ministra. 
A ministra Cármen Lúcia durante sessão na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Julgamento da trama golpista
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por todos os crimes dos quais foram acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na Trama Golpista.
O placar chegou a 3 votos a 1 após a ministra Cármen Lúcia acompanhar o relator, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino. Os três votaram pela condenação de Bolsonaro, seus ex-auxiliares e militares. O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, ainda se manifesta.
Apesar da maioria formada, ainda é necessário aguardar o final dos votos, a leitura da sentença e a definição de cada pena, previstas para terminar até esta sexta-feira (12). Mesmo depois disso, os advogados podem apresentar recursos, que precisam ser analisados pelo STF antes do cumprimento das penas.
Ou seja, mesmo em caso de condenação, a prisão não é imediata: a pena só passa a valer quando o processo estiver concluído e não houver mais possibilidade de recurso.
Por ordem do ministro Alexandre de Moras, Bolsonaro está atualmente preso em prisão domiciliar. Ou seja, proibido de sair de casa, além de estar sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e por policiais dentro de seu condomínio, em Brasília. Moraes viu risco de fuga do ex-presidente.
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