Tarifaço: Lula diz que medida de ajuda a exportadores começará com R$ 30 bilhões em crédito

Miriam Leitão: Tarifaço vai ajudar a derrubar inflação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (12) que assinará uma Medida Provisória (MP) com uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para a exportadores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos.
Segundo Lula, a medida será anunciada oficialmente nesta quarta-feira (13) pelo governo federal. A MP faz parte do pacote de ajuda do governo brasileiro às empresas afetadas pelas taxas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
“Amanhã eu vou assinar uma MP que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras que, porventura, tiverem prejuízos com a taxação do Trump. […] R$ 30 bilhões é o começo. O começo. Você não pode colocar mais, você não sabe quanto é”, disse Lula.
O presidente deu a declaração ao jornalista Reinaldo Azevedo no programa “O É da Coisa”, da rádio BandNews.
Presidente Lula em entrevista para a Reuters
Adriano Machado/Reuters
Segundo Lula, o valor será direcionado a empresas que perderam competitividade no mercado externo devido ao aumento das taxas de importação.
“Vai ser extremamente importante para que a gente possa mostrar que ninguém ficar desamparado por conta da taxação do presidente Trump, de que nós vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas, vamos procurar achar outros mercados para essas empresas. Nós estamos mandando a lista dos produtos que a gente vendia para os Estados Unidos, para outros países”, afirmou o presidente.
O tarifaço de Trump
O tarifaço foi anunciado por Trump em julho e atinge principalmente produtos industrializados e commodities brasileiras. O governo brasileiro já havia informado que trabalhava em um plano emergencial para mitigar os prejuízos de exportadores e preservar empregos nos setores mais afetados.
Além do pacote econômico, o Palácio do Planalto estuda medidas pontuais de reciprocidade contra produtos norte-americanos, previstas na nova Lei de Reciprocidade, aprovada pelo Congresso e regulamentada dias após o anúncio das tarifas pelos EUA. A proposta é de que eventuais retaliações sejam específicas e negociadas com setores produtivos, para evitar impacto negativo na economia interna.