Tarifaço de Trump enterra planos da oposição de votar texto da Anistia antes do recesso

Câmara se prepara para votar mais de 30 propostas na semana que vem. Mas PL da Anistia ficou inviabilizado. A decisão de Trump vai dificultar os planos da oposição de votar o chamado o projeto da Anistia. Havia uma expectativa da Câmara analisar um texto alternativo da proposta antes do recesso de meio de ano. Agora se tornou inviável.
O polêmico projeto previa originalmente livrar das condenações quem tivesse sido enquadrado pela Justiça por ataques à democracia. A versão suavizada, pensada para facilitar a aprovação, contemplaria presos que já cumpriram um sexto de pena. Pela lei, eles já teriam direito a liberdade. A anistia serviria para limpar a ficha deles e, ao mesmo tempo, evitar embates com o Judiciário.
A Câmara se prepara para votar mais de 30 propostas na semana que vem, em uma semana de esforço concentrado antes do recesso de meio de ano. Como a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias ficará para agosto, a paralisação será informal.
Nenhum delas é o requerimento de urgência do projeto de lei (PL)da Anistia.
“O presidente Hugo [Motta] prefere esperar o desenrolar dos esclarecimentos para decidir sobre esse projeto”, disse o líder do PL na Câmara, deputado Sostenes Cavalcante (Pl-RJ) nesta quinta (10) depois da reunião do Colégio de Líderes.
“A decisão do Trump inviabilizou o PL da anistia. Você viu a carta do Eduardo (Bolsonaro). É uma questão de soberania. Eles estão atrapalhando o Brasil por causa disso”, afirmou o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ).
Quais os projetos alternativos ao PL da Anistia
Em farta, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sugeriu que a decisão de Trump possa ser revertida com uma “anistia ampla, geral e irrestrita”.
Nesta quinta (10), Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), divulgaram uma nota conjunta afirmando que o Congresso vai monitorar os desdobramentos do tarifaço e atuar em sintonia com o Executivo para mitigar seus efeitos.
“Estaremos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros”, diz o texto.