Tarcísio consegue autorização do STF para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar em Brasília por amizade e ‘razões humanitárias’

Tarcísio consegue autorização do STF para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar em Brasília por amizade e ‘razões humanitárias’


Foto de arquivo: O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)(e), participa de ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)(d) na Avenida Paulista, em São Paulo, em 29 de junho de 2025.
Gabriel Silva/E.Fotografia/Estadão Conteúdo
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), conseguiu uma autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em Brasília.
Em um documento direcionado ao ministro Alexandre de Moraes, o governador de SP explicou que pretendia visitar Bolsonaro nesta quinta-feira (7).
Na justificativa apresentada com a petição na terça (5), Tarcísio diz ser “correligionário e amigo” do ex-presidente e que considera haver razões “político-institucionais” e “humanitárias” que justificariam a visita.
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“Diante do exposto, solicito à Vossa Excelência autorização para empreender visita domiciliar ao senhor Jair Messias Bolsonaro, no próximo dia 7 de agosto, assumindo, desde já, o compromisso de observar todas as determinações estabelecidas por esse juízo”, diz o documento.
Após o pedido, Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro informasse se o ex-presidente tinha interesse em receber a visita do governador paulista e de outras cinco pessoas que pediram autorização.
Entre elas estão a vice-governadora do Distrito Federal Celina Leão (PP) e o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS).
O g1 procurou o Palácio dos Bandeirantes para comentar o assunto, mas não havia recebido retorno até a última atualização desta reportagem.
Veja como foi o primeiro dia de prisão domiciliar de Jair Bolsonaro
Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por desrespeitar as medidas restritivas em vigor desde 18 de julho, ao veicular conteúdo na rede social dos filhos.
Na decisão que decretou a prisão, o ministro havia afirmado que todas as visitas a Bolsonaro, exceto de advogados, dependeriam de autorização prévia do Supremo. Mas, nesta quarta, ele facilitou o contato do ex-presidente com familiares e autorizou o ex-presidente a receber visitas dos seus filhos, das cunhadas e dos netos sem necessidade de autorização prévia.
Amizade antiga e atrito familiar
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto, em Brasília, em 25/11/2020.
Alan Santos/PR
Tarcísio e Jair Bolsonaro têm uma relação de amizade desde quando o governador de São Paulo era ministro dos Transportes do ex-presidente.
Foi graças ao apoio de Bolsonaro que Tarcísio conseguiu se eleger para o governo de São Paulo em 2022. Desde então, quando vem a São Paulo, ele costuma se hospedar na sede do governo de SP.
A relação entre os dois, no entanto, ficou ligeiramente estremecida em razão da polêmica sobre o tarifaço de 50% imposto ao Brasil pelo governo de Donald Trump para pressionar pela anistia de Bolsonaro pela tentativa de golpe.
As empresas do estado de São Paulo são das mais afetadas com as tarifas extras e devem perder mais de 120 mil empregos.
Inicialmente, o governador de SP acusou o governo Lula pelas tarifas extras, mas depois, após ser cobrado por empresários, passou a criticar a sobretaxa, causando atrito público com Eduardo Bolsonaro, que chamou o governado de SP de ter “subserviência servil às elites”.
No dia seguinte, os dois fizeram posts públicos aparando as arestas e tentando uma reconciliação.
Porém, desde o episódio, o governador de SP tem evitado entrevistas públicas para a imprensa da capital e não tem participado dos eventos do grupo bolsonarista pedindo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, como fez outras vezes na Avenida Paulista e em Copacabana (RJ).
Apesar do afastamento, no dia em que Moraes decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro, Tarcísio saiu em defesa dele e chamou a decisão do STF de “absurdo”.
A prisão domiciliar foi decretada porque Moraes considerou que Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados — entre eles, os filhos parlamentares — para divulgar mensagens, o que ele está proibido de fazer.
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