Senado cria regras para uso de IA na Casa, mas sem obrigação para gabinetes dos parlamentares

Senado cria regras para uso de IA na Casa, mas sem obrigação para gabinetes dos parlamentares


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Reprodução/TV Senado
O Senado Federal publicou na terça-feira (12) um normativo definindo regras para o uso de sistemas de inteligência artificial na casa, que não precisarão ser seguidos pelos gabinetes parlamentares que não concordarem.

O normativo já está valendo para toda a estrutura de funcionamento do Senado, de secretarias, a comissões e setores administrativos e aqueles gabinetes que expressarem sua adesão.

De acordo com o normativo, assinado pela diretora-geral da casa, Ilana Trombka, o uso e desenvolvimento de inteligência artificial deverá obedecer os seguintes fundamentos:

– respeito aos direitos fundamentais, à democracia e à centralidade da pessoa humana;

– promoção do bem-estar social e da eficiência na prestação de serviços públicos;

– fomento à inovação, com cooperação entre instituições, respeitada sua autonomia;

– supervisão humana em todas as etapas do ciclo da IA, inclusive no apoio à decisão;

– promoção da igualdade, da diversidade e da justiça nas decisões automatizadas;

– formulação de soluções seguras, com gestão de riscos sistêmicos;

– proteção de dados pessoais, garantia do acesso à informação e respeito a sigilos legais;

– uso de dados confiáveis, auditáveis e preferencialmente públicos no treinamento de sistemas;

– capacitação contínua dos usuários sobre o uso, funcionamento e riscos da IA;

– segurança da informação e cibernética;

– Transparência sobre auditorias, impactos e monitoramentos relacionados à IA.

O regulamento ainda define que os sistemas de inteligência artificial devem ser usados de forma “ética” e “responsável”, proíbe o uso de dados protegidos ou pessoais e sempre deixando claro quando as ferramentas estão sendo usadas nos processos.

Além disso, estipula que todas as decisões automatizadas tomadas pelas IAs devem ser revisados e validadas por um servidor da casa.
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Jornal Nacional

Desenvolvimento de IA

O texto ainda define como devem ser os critérios que serão seguidos para o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial no Senado Federal.

Entre elas, está a necessidade de mitigar vieses discriminatórias ou abusivos dos algoritmos. Bem como precisará proteger os dados dos usuários que o utilizarem.

“A utilização de dados para o desenvolvimento de projetos de IA deve observar as melhores práticas de governança de dados, considerando qualidade, integridade e segurança dos dados, de acordo com as normas e legislação vigentes”, justificou o texto.

Além disso, todo o processo de criação do sistema deverá ser documentado “com clareza” e abrangendo, no mínimo, “a descrição das etapas do ciclo de vida dos sistemas de IA, os critérios para seleção e tratamento dos dados, as decisões relativas à escolha dos modelos adotados, as técnicas de treinamento e validação utilizadas, bem como os eventuais riscos identificados e respectivas medidas mitigatórias a serem adotadas”.