Santander Brasil tem lucro líquido de R$ 4 bilhões no 3º trimestre, acima das expectativas

O Santander Brasil teve um lucro de R$ 4,01 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 9,4% em relação ao mesmo período de 2024. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (29) e ficou acima das previsões de analistas, que esperavam cerca de R$ 3,7 bilhões.
Segundo o banco, o bom desempenho veio principalmente de uma melhora na rentabilidade — ou seja, o quanto ele consegue lucrar com o dinheiro que administra — e de um aumento nos ganhos com clientes, apesar de ter sido necessário reservar mais recursos para cobrir possíveis calotes.
Essas reservas para perdas com empréstimos, conhecidas como “provisões”, cresceram 10,5% em um ano e somaram R$ 7,51 bilhões.
🔎 Esse valor é separado para o caso de pessoas ou empresas não conseguirem pagar o que devem. A recuperação de dívidas atrasadas também aumentou, chegando a R$ 986 milhões.
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Mesmo assim, na comparação com o segundo trimestre, o banco conseguiu reduzir ligeiramente essas provisões e melhorar a recuperação de crédito, o que indica um sinal de melhora recente na inadimplência.
O Santander explicou que o aumento das dívidas em atraso ao longo do ano foi influenciado por fatores da economia, como os juros ainda altos, que dificultam o pagamento de empréstimos, e o crescimento dos pedidos de recuperação judicial.
A margem financeira — basicamente, o quanto o banco ganha com empréstimos e investimentos — ficou quase estável, em R$ 15,2 bilhões.
O resultado com clientes cresceu 11%, mas o desempenho nas operações de mercado (como aplicações financeiras e câmbio) registrou perda de R$ 1,3 bilhão, contra um ganho de R$ 325 milhões um ano antes.
Mesmo com isso, o retorno sobre o patrimônio (indicador que mede o lucro em relação ao valor que os acionistas têm no banco) subiu para 17,5%, ante 16,4% no trimestre anterior.
Empréstimos e financiamentos
A carteira total de crédito do Santander — o volume total de empréstimos e financiamentos — chegou a R$ 688,8 bilhões, um aumento de 3,8% em um ano.
Já o índice de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) subiu para 3,4%, contra 3,1% em junho, refletindo principalmente atrasos entre pessoas de menor renda e pequenas empresas.
O indicador que mede o surgimento de novos calotes (chamado “NPL formation”) ficou em R$ 6,6 bilhões, com alta de 12,5% em relação a 2024. O banco afirmou que parte desse aumento veio de empréstimos que já estavam atrasados no primeiro semestre e acabaram sendo contabilizados agora.
No crédito rural, o banco reduziu o volume de empréstimos tanto para pessoas físicas (queda de 16,5%) quanto para empresas do setor (queda de 7,8%).
No fim de setembro, o Santander Brasil tinha um índice de capitalização de 15,2%, um nível considerado confortável. O banco também reduziu o número de agências e funcionários: agora são 961 lojas e 51,7 mil empregados, contra mais de 1,2 mil agências e 55 mil funcionários um ano atrás.
Fachada de agência do Santander
Divulgação
