Quaest: 50% dos deputados consideram candidato da oposição favorito em 2026; 35% apostam em Lula ou governista

Quaest: 50% dos deputados consideram candidato da oposição favorito em 2026; 35% apostam em Lula ou governista


Levantamento ouviu 203 parlamentares e indica pior avaliação do atual governo na Câmara dos Deputados. Margem de erro é de 4,5 pontos para mais ou menos. Presidente Lula
Raul Luciano/Ato Press/Estadão Conteúdo
A metade dos deputados federais consideram que um candidato de oposição ao governo Lula (PT) é favorito para ganhar as eleições presidenciais de 2026, mostra levantamento da Quaest divulgada nesta quarta-feira (2).
Para 50% dos parlamentares, um candidato da oposição tem mais chances de vencer no ano que vem, 35% colocam Lula como favorito para a ser reeleito, enquanto 15% não souberam ou não responderam.
Veja os números:
Candidato da oposição: 50% (eram 46% em maio de 2024);
Lula ou candidato do governo: 35% (eram 43%);
Não sabem/Não responderam: 15% (eram 11%).

Encomendado pela Genial Investimentos, o levantamento foi realizado entre os dias 7 de maio e 30 de junho de 2025. Foram ouvidos 203 deputados, o equivalente a 40% da composição da Câmara. A amostra foi feita por região geográfica e pela orientação ideológica dos partidos — com base no projeto Brazilian Legislative Surveys.
Apesar de não ter favoritismo, a maioria dos parlamentares acredita que Lula será candidato à reeleição em 2026: 68% acreditam o presidente buscará a reeleição, contra 21% que acham que ele não será candidato. Outros 11% não souberam ou preferiram não opinar.
Quando questionados sobre quem deve ser o principal candidato da oposição em 2026, o nome mais citado, de forma espontânea, foi o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mencionado por 49% dos entrevistados.
Inelegível pela Justiça Eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece na sequência, com 13%. Ele é seguido pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (6%), Eduardo Bolsonaro (5%), Ratinho Júnior (4%), Ronaldo Caiado (3%) e Flávio Bolsonaro (1%).
Bolsonaro é visto como figura central no debate eleitoral para 23% dos deputados. Esse é o percentual do que acham que ele deve manter sua candidatura à Presidência, enquanto 51% acreditam que ele deveria abrir mão da disputa e apoiar outro nome.
Avaliação do governo
O levantamento indica que 46% dos deputados federais avaliam de forma negativa o governo Lula (PT), a pior avaliação do governo federal desde o início do mandato, em 2023. Outros 27% avaliam a gestão de forma positiva, o número mais baixo da atual gestão. A margem de erro é de 4,5 pontos para mais ou menos.
Para 24% dos deputados, o desempenho do governo Lula 3 é “regular”, enquanto 3% não souberam ou não responderam.
Veja os números:
Negativo: 46% (eram 42% em maio de 2024);
Positivo: 27% (eram 32%);
Regular: 24% (26%);
Não sabem/Não responderam: 3% (era 1%).

A avaliação negativa do governo Lula aumentou 13 pontos percentuais entre agosto de 2023, que era de 33% no primeiro levantamento realizado com os deputados federais depois da posse, e a pesquisa divulgada nesta quarta.
Já a avaliação positiva da gestão petista caiu oscilou 8 pontos percentuais para baixo no mesmo período. Era de 35% em 2023, foi para 32% em 2024 e agora está em 27%.
O avaliação regular era de 30% há dois anos, foi para 26% no ano passado e agora está em 24%.
Avaliação negativa cresce entre independentes
A alta na avaliação negativa do governo Lula ocorre, principalmente, entre os deputados federais que se consideram independentes. A alta é de 24 pontos em dois anos: subiu de 20%, em 2023, para 44% neste ano.
No mesmo período, a avaliação positiva neste grupo caiu de 18% para 8% e quem considerava a gestão “regular” foi de 59% para 44%. Houve pouca variação entre os deputados governistas e os de oposição:
Entre os deputados que se declaram como base do governo, 71% o avaliam positivamente (eram 74% em 2023) e 2%, negativamente (eram 3% em 2023).
Nenhum dos entrevistados que se diz de oposição considera positivo o governo Lula: 96% o avaliam negativamente (eram 94% em 2023).
No geral, a relação do governo Lula com o Congresso é vista como negativa por 51% dos deputados (eram 41% em 2023), regular para 30% (eram 32%) e positiva pra 18% (eram 24%) — 1% não sabe ou não respondem (eram 2%).

Quando classificados em uma escala ideológica, 84% dos deputados de esquerda avaliam de forma positiva e 16% classificam como regular. Nenhum avalia negativamente.
Entre os deputados declarados de direita, 86% avaliam negativamente, 10% como regular e apenas 2% avaliam positivamente. Entre os parlamentares que se intitulam como “centro”, 53% avaliam o governo do petista como regular, 24% como negativo e 23% como positivo.
Regionalmente, a avaliação negativa prevalece entre os deputados de quatro das cinco regiões do país, com exceção do Nordeste, em que há empate técnico: 37% dos deputados nordestinos aprovam o governo Lula, contra 33% que o classificam de forma negativa e 30% consideram o governo regular.
Enquanto isso, 51% dos parlamentares do Sudeste, 57% do Sul e 47% do Centro-Oeste e Norte (contabilizadas juntas) avaliam negativamente o governo. A avaliação positiva é de 24% entre os deputados do Sudeste, 21% do Sul e 20% do Centro-Oeste e Norte.
70% são contra fim da escala 6×1
A pesquisa questionou como os deputados avaliam pautas em debate no Congresso. O fim da escala 6×1 está entre os temas mais rejeitados, com 70% dos deputados federais contrários à proposta.
A maior rejeição ocorre entre a oposição ao governo: 92%. Já 74% deputados que se consideram independentes rejeitam a ideia, enquanto o número é de 55% entre os governistas
Entre os deputados que aprovam a medida, 44% dos governistas dão apoio, número que cai para 23% entre os deputados independentes e para 6% na oposição.

Os temas com maior quantidade de parlamentares a favor são:
Elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR): 88%;
Exploração do petróleo da Amazônia: 83%;
Aumento das penas para roubos: 76%
Já as pautas com maior rejeição:
Exclusão das verbas do Judiciário do limite de gastos: 70%;
Fim da escala 6×1: 70%;
PL que acaba com os supersalários: 53%.
O levantamento mostra que metade dos deputados federais são contrários à proposta que restringe com os supersalários dos funcionários públicos: 53% são contra a proposta, 32% se posicionam à favor e 15%, não souberam ou não responderam.
O limite deveria ser de R$ 46.366, mas na prática vencimentos superam os 5 dígitos. A proposta do governo Lula limita o pagamento acima deste valor no funcionalismo público.
Economia, violência e corrupção como principais problemas
Os deputados federais indicaram que a economia segue sendo o principal problema que o país enfrenta. No entanto, a preocupação com a violência cresceu e virou o segundo tema mais citado pelos deputados.
Veja os números:
Economia: 31% (eram 38% em agosto de 2023);
Violência: 23% (eram 7%);
Corrupção: 16% (eram 12%);
Outros: 14% (eram 12%);
Questões sociais: 10% (eram 23%);
Saúde: 3% (eram 3%);
Educação: 2% (eram 5%);
Não sabem ou não responderam: 1% (era 1%).

Metade dos deputados considera que o STF sempre invade as competências do Congresso
A pesquisa Quaest questionou aos deputados federais com qual frequência eles consideram que o Supremo Tribunal Federal (STF) invade as competências do Congresso. Para metade eles (49%), isso ocorre “sempre”.
Já 28% dos parlamentares responderam “às vezes”, outros 12% responderam “raramente” e, para 5%, o STF “nunca” invade temas que são do parlamento — 6% não souberam ou não responderam.
A avaliação geral dos deputados em relação ao STF é 48% negativa, 27% positiva, 18% regular e 7% não souberam ou não responderam.

77% dos deputados govenistas avaliam positivamente Hugo Motta
A pesquisa Quaest mostra que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), possui avaliação positiva de 68% dos deputados, enquanto 25% consideram sua gestão regular. Outros 6% classificam como negativa e 1% não respondeu.
Apesar de embates recentes com o governo Lula, o apoio é maior entre os deputados da base do governo Lula do que com a oposição: 77% dos governistas avaliam positivamente o presidente da Casa, 20% como regular e 2%, negativamente. Entre os opositores, Motta tem gestão positiva para 47%, regular para 42% e negativa para 9%.
Os deputados independentes apoiam em peso o presidente da Câmara: 82% consideram sua gestão como positiva, 12% como regular e 6% como negativa.

afederais (50%) vê um candidato da oposição como favorito para vencer. Outros 15% não souberam ou não responderam.