Postagens, vídeos, transferência de dinheiro: saiba quais provas basearam medidas contra Bolsonaro

Postagens, vídeos, transferência de dinheiro: saiba quais provas basearam medidas contra Bolsonaro


Eduardo e Jair Bolsonaro em cerimônia de aniversário da Rota, em SP
TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro cita uma série de provas reunidas pelos investigadores.
Entre elas, postagens nas redes sociais de Jair e Eduardo Bolsonaro, vídeos e entrevistas dos dois, além de informações sobre a ajuda financeira do ex-presidente ao filho no exterior.
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Segundo Moraes, os elementos consolidados apontam que a existência de crime por parte de pai e filho.
“As ações de Jair Messias Bolsonaro demonstram que o réu está atuando dolosa [com intenção] e conscientemente de forma ilícita, conjuntamente com o seu filho, Eduardo Nantes Bolsonaro com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro”, afirmou o ministro.
De acordo com Moraes, as ações teriam ocorrido “por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte no julgamento da AP 2.668/DF”, prossegue.
O g1 reuniu os elementos citados pelas investigações contra Jair e Eduardo Bolsonaro. Veja abaixo:
Ações de Jair Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que há elementos na apuração que comprovam a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro nas ações ilícitas.
A decisão cita:
publicação em redes sociais que, segundo a PGR, apontariam que ele teve interferência no aumento tarifário do governo norte-americano.
republicações de declarações do presidente Donald Trump contra o Brasil.
divulgação de vídeos do presidente americano com declarações contra o Brasil.
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Ações de Eduardo Bolsonaro
De acordo com a Polícia Federal, as ações de Eduardo Bolsonaro se intensificaram ao longo das últimas semanas, à medida que avançou a tramitação do processo penal no Supremo Tribunal Federal contra o pai, Jair Bolsonaro.
Com isso, o deputado licenciado passou a “repostar em seu perfil nas redes sociais conteúdos em inglês, notadamente com intuito de alcançar parcela do público no exterior, bem como interferir e embaraçar o regular andamento” do processo.
A decisão menciona:
postagens de Eduardo Bolsonaro no X de fevereiro a julho, por escrito ou com vídeos.
entrevistas à imprensa sobre as possibilidades de sanção ao Brasil e sua articulação nos EUA;
comentário â publicação do presidente americano Donald Trump em que fala da possibilidade de reação americana;
após o tarifaço, divulgação de uma carta com Paulo Figueiredo, “réu e foragido da Justiça brasileira”, segundo Moraes.
Ajuda financeira
Há, ainda, a ajuda financeira dada pelo político do PL ao filho, deputado licenciado nos Estados Unidos.
Em depoimento no inquérito contra Eduardo Bolsonaro, o ex-presidente confirmou que repassou R$ 2 milhões via PIX ao filho.
Em julho, Bolsonaro afirmou, em interrogatório, que ajudou Eduardo Bolsonaro com dinheiro.