Parlamentares reagem à operação da PF contra ex-presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaro é alvo de operação da Polícia Federal
Parlamentares reagiram nesta sexta-feira (18) à operação da Polícia Federal que impôs medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de acesso às redes sociais. As manifestações ocorreram nas redes sociais de representantes tanto da base do governo quanto da oposição (leia mais aqui).
🔎 A decisão do Supremo Tribunal Federal foi tomada a partir de mandado da Polícia Federal com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Bolsonaro é investigado pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução da Justiça e ataque à soberania nacional.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, comentou com a decisão do STF. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que “um possível plano de fuga ficou mais difícil” após a imposição da tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro. Marinho também mencionou que, diferentemente de uma “joia das Arábias”, o equipamento “não poderá ser desviado nem vendido”.
“TOC, TOC, TOC! Agora, um possível plano de fuga ficou mais difícil. O @STFdeterminou uso de tornozeleira eletrônica no ex-presidente golpista, e a @policiafederal já cumpriu a decisão da Justiça. Como não é uma joia das “Arábias”, não poderá ser desviada nem vendida. #AnistiaNão”, escreveu.
Na outra ponta, o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou a decisão como injusta.
“Colocaram tornozeleira em Bolsonaro. Mas não há crime, não há relatos, não há prova. Só há um ‘delito’: enfrentar o sistema”, escreveu. O deputado ainda afirmou que as restrições impostas — como a proibição de falar com embaixadores, usar redes sociais e sair de casa à noite — são uma “tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões”.
O Partido Liberal (PL), legenda de Jair Bolsonaro, também se manifestou nas redes sociais em apoio ao ex-presidente. Em publicação no perfil oficial, o partido afirmou que Bolsonaro “nunca fugiu da luta” e reforçou o alinhamento com sua liderança. “Hoje, mais do que nunca, mostramos que ele não está sozinho. Estamos juntos, presidente!”, diz o texto.
PL repercute a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro
Reprodução
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) afirmou em publicação nas redes sociais que Bolsonaro “está pagando o preço por ser um traidor da pátria e golpista”.
“Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica, não poderá usar redes sociais e precisa ficar longe de toda e qualquer embaixada estrangeira”, escreveu.
Também do PSOL, a deputada Sâmia Bomfim se manifestou nas redes sociais. “O cerco vai se fechando, o grande dia está cada vez mais próximo. Que venha a prisão e esse bandido responda por todos os crimes que cometeu contra o Brasil e os brasileiros!”.
Já o deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) criticou as medidas impostas ao ex-presidente.
“Criminosa e absurda as decisões Alexandre de Moraes contra @jairbolsonaro hoje”, escreveu.
Ele questionou o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de redes sociais e a restrição de contato com o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro. “O sistema continua sua perseguição contra o maior líder da direita no hemisfério sul e tudo isso tem que acabar!”, completou.
Outros parlamentares da oposição também classificaram a medida como autoritária e desproporcional.
O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) seguiu nessa linha.
“É uma vergonha para o Brasil. Bolsonaro está sendo tratado como um criminoso perigoso, enquanto corruptos e delinquentes são soltos e aplaudidos. Estamos vivendo uma caça às bruxas promovida por um Judiciário que perdeu completamente os limites.”
O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) afirmou que o cerco contra Bolsonaro é inaceitável em qualquer democracia.
“O que estão fazendo com Bolsonaro é desumano e ilegal. Essas medidas violam seus direitos fundamentais. Ele está sendo punido sem processo, sem julgamento, apenas por ser quem é. O Judiciário virou instrumento de vingança política.”
Para o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), o país vive um momento crítico de ruptura institucional.
“Bolsonaro é vítima de um sistema que não tolera oposição. Impor tornozeleira, censura e toque de recolher a um ex-presidente sem condenação é ditadura escancarada. O povo está vendo e não vai aceitar calado esse abuso.”
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) fez um apelo à sociedade e ao Congresso.
“Chegamos ao fundo do poço institucional. As perseguições ao presidente Bolsonaro são uma vergonha internacional. Essa decisão de Moraes é humilhante, arbitrária e totalmente desprovida de base legal. É hora do Congresso reagir e pôr fim a esse ciclo de autoritarismo. A democracia está sendo sufocada.”
Bolsonaro fala com a imprensa no Senado em 17 de julho de 2025
REUTERS/Adriano Machado
Esta reportagem está em atualização