Parlamentares de oposição ocupam mesas do Congresso e usam esparadrapo no boca em protesto contra prisão de Bolsonaro

Parlamentares de oposição ocupam mesas do Congresso e usam esparadrapo no boca em protesto contra prisão de Bolsonaro


Deputado Zé Trovão (PL-SC) faz protesto de esparadrapo na boca no plenário da Câmara
Sara Curcino/ TV Globo
Parlamentares da oposição ao governo federal realizaram nesta terça-feira (5) um protesto no Congresso Nacional contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No plenário do Senado, os senadores ocuparam a Mesa Diretora e colaram esparadrapos na boca como forma simbólica de protesto. Eles afirmaram que só deixariam o local quando o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), colocasse em pauta pedidos de impeachment contra Moraes.
Sessões canceladas
Diante da mobilização da oposição, as sessões da Câmara dos Deputados e do Senado previstas para esta terça foram canceladas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou o encerramento da sessão por meio das redes sociais e disse que convocará uma reunião de líderes para tratar da pauta de votações.
“Ela sempre será definida com base no diálogo e no respeito institucional”, afirmou Motta.
Já Alcolumbre divulgou uma nota na qual criticou a atitude dos parlamentares da oposição, chamando a mobilização de “exercício arbitrário das próprias razões”. Ele pediu “serenidade” e “espírito de cooperação” para que “o bom senso prevaleça”.
“Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população”, completou.
Motta: ‘Decisão judicial deve ser cumprida’
Mais cedo, durante um evento na Paraíba, o presidente da Câmara havia comentado a prisão de Bolsonaro. Segundo ele, decisões judiciais devem ser respeitadas, e não cabe à Presidência da Câmara fazer juízo de valor sobre o conteúdo da medida.
“Eu penso que o legítimo direito de defesa tem que ser respeitado, que é um direito de todos, mas que decisão judicial deve ser cumprida”, disse Motta.