Padilha diz que Itamaraty pediu acesso dele aos EUA para assembleia da ONU e que país-sede não pode impedir presença de ‘autoridade convidada’

Padilha diz que Itamaraty pediu acesso dele aos EUA para assembleias internacionais
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (22) que o Itamaraty pediu o acesso dele a dois eventos nos Estados Unidos nos próximos meses: a assembleia-geral da ONU e a conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
O ministro, que ainda não sabe de vai aos dois encontros, defendeu que o país-sede não pode impedir a participação de “autoridade convidada”. A afirmação ocorreu durante visita a Campinas (SP).
Os pedidos do Itamaraty ocorreram após o governo Trump cancelar os vistos da mulher e da filha do ministro. O documento de Padilha não foi cancelado porque está vencido desde o ano passado.
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No comunicado enviado à família do ministro, o governo americano informa que os vistos foram cancelados porque, após a emissão, “surgiram informações indicando” que ambas “não eram mais elegíveis”.
“O Itamaraty já, inclusive, já solicitou o acesso ao evento da ONU e da Opas. Qualquer país que sedia um organismo internacional como esse não pode impedir o acesso de nenhuma autoridade que é convidada”, afirmou, ao g1, o ministro.
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A 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) começa em 9 de setembro. Já a conferência internacional da Opas está prevista para 29 de setembro.
Viagem dependerá de agenda interna, diz ministro
Alexandre Padilha, ministro da Saúde, durante visita a Campinas
Luciano Machado/EPTV
Apesar de o Itamaraty formalizar o pedido, a presença do ministro nos dois eventos só vai ser definida “próximo da data”. Segundo Padilha, a agenda interna pode demandar a presença dele no Brasil.
“Toda agenda internacional, aqui na área da saúde, a gente sempre tem que avaliar se consegue sair do país ou não, porque sempre tem muita coisa para fazer. Então, é um mês que a gente está acompanhando a implementação do Agora Tem Especialistas, estou aqui em Campinas para dar mais um passo nisso, que é implementar ações para reduzir o tempo de espera para o atendimento especializado”, disse o ministro.
“Também tem votações no Congresso Nacional, a própria votação da medida provisória do Agora Tem Especialistas. Então, a gente vai decidir, mais próximo, na data, se vou poder comparecer ou não, por conta da agenda interna aqui no Brasil”, completou.
Questionado se teme represália ou alguma restrição ao entrar nos EUA, Padilha afirmou que “essas atitudes covardes que foram cometidas não abalam em nada, em absolutamente nada, a nossa firmeza”.
EUA revogaram vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos
Antes de cancelar os vistos da esposa e da filha de Padilha, o Departamento de Estado dos EUA revogou documentos de funcionários do governo brasileiro ligados ao programa Mais Médicos.
Foram revogados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral para COP30.
O anúncio das sanções foi acompanhado de uma postagem da embaixada americana em Brasília, atribuída à Agência para as Relações com o Hemisfério Ocidental.
No texto, o Programa Mais Médicos é descrito como “um golpe diplomático que explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado por autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas [sigla da Organização Panamericana da Saúde]”.
Após o anúncio, Padilha defendeu o Mais Médicos e disse que o programa “sobreviverá a ataques injustificáveis de quem quer que seja”. Segundo ele, “o programa salva-vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira”.
Infográfico – Brasileiros com vistos americanos revogados pelo governo Trump.
Arte/g1
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