Oposição libera plenário do Senado após dois dias de ocupação

Oposição libera plenário do Senado após dois dias de ocupação


Senadores desocupam plenário do Senado
A oposição no Senado decidiu desocupar nesta quinta-feira (7) o plenário principal da Casa após mais de 47 horas de ocupação.
A decisão ocorreu pouco antes da sessão deliberativa marcada pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP) para esta manhã.
O espaço foi liberado após reuniões entre senadores do grupo e um encontro com Alcolumbre, ocorrido na noite de quarta (6).
Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que a decisão é um “gesto” para o “restabelecimento da normalidade”.
“Fizemos um esforço hoje, junto aos nossos pares, e estamos neste momento nos retirando da Mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente. Agora, às 11h, terá uma sessão virtual. Se o presidente entender por bem, poderá ser presencial”, afirmou Marinho na ocasião.
“Nós estamos desobstruindo aqui, colocando nossa posição de participarmos dos debates que ocorrerão normalmente nas pautas que interessam ao Brasil”, prosseguiu o senador.
Ao longo dos últimos dias, a oposição vinha cobrando diálogo junto ao presidente do Senado. Em uma coletiva à imprensa na terça, Rogério Marinho chegou a afirmar que não conversava com Davi Alcolumbre há mais de 15 dias.
Nos bastidores, Marinho avaliou a aliados que o movimento deflagrado pela oposição teria alcançado sucesso dentro do Senado. Isso porque, na avaliação dele, os canais de diálogo com Alcolumbre teriam sido restabelecidos.
Na noite de quarta, após pedido da oposição, Alcolumbre se reuniu de forma separada com o grupo. Segundo relatos de senadores, ele se comprometeu a levar as pautas do grupo à discussão junto aos demais líderes.
Votações
Ao longo da sessão remota desta quinta, a expectativa é que os senadores analisem um projeto que reajusta a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos.
O texto, que repete o teor de uma medida provisória, já foi aprovado pela Câmara e tem de ser votado pelo Senado antes de 11 de agosto, data em que a MP perderá validade.
Oposição desocupa plenário do Senado nesta quinta-feira (7).
Reprodução/ TV Globo
Desocupação na Câmara
Do lado da Câmara, o funcionamento já havia sido retomado na noite de quarta, após turbulentas reuniões e sob um empurra-empurra no ambiente mais importante da Casa e uma falha tentativa do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) de demonstrar força.
Senadores e deputados de oposição deflagraram o movimento de bloqueio no Congresso para tentar impor a discussão de projetos considerados prioritários para o grupo:
perdão a condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023;
fim do foro privilegiado;
e impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Ao anunciar a desocupação do plenário, o senador Rogério Marinho comemorou a reunião de 41 assinaturas de colegas da Casa em um ofício que pede “celeridade” ao presidente do Senado para a análise do afastamento de Moraes.
O senador disse esperar que, com o documento, Alcolumbre recepcione e avalie a possibilidade de a Casa avançar no assunto.
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Possibilidade de ‘bunker’
A desobstrução do plenário do Senado descarta a possibilidade aventada por Alcolumbre e aliados de utilizar um espaço alternativo da Casa, conhecido como “bunker”, para presidir os trabalhos nesta quinta.
O “bunker” foi inaugurado pelo próprio senador Alcolumbre em 2020, fica nas instalações da Secretaria de Tecnologia da Informação do Senado (Prodasen) e foi utilizado durante a pandemia de Covid-19.