Operação no Rio: defensoria pede para realizar laudos paralelos nos corpos dos mortos
 
					
     A Defensoria Pública do Rio de Janeiro pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (30), para que possa produzir laudos paralelos aos oficiais sobre os corpos dos mais de 120 mortos na megaoperação contra o crime organizado no Rio de Janeiro.
Na terça-feira, forças de segurança do Rio comandaram uma operação contra a facção Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Mais de 120 pessoas morreram.
ADPF das Favelas: entenda regras que operação no Rio deveria seguir, segundo STF
Segundo a Defensoria, a medida se justifica diante da violação pelas forças de segurança do Rio do protocolo determinado pelo Supremo na chamada ADPF das Favelas, que fixou regras para a redução da letalidade policial e ações policiais em áreas de risco.
Relembre o que diz a norma aqui.
A Defensoria afirmou que, diante de massiva violação de direitos humanos, “todo somatório de esforços que enriqueçam o debate e, por conseguinte, a apuração do ocorrido é bem-vindo, sem espaço para melindres institucionais das vítimas”.
Imagem de drone mostra corpos levados a praça no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 29 de outubro de 2025.
Ricardo Moraes/Reuters
No documento, assinado pelo coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria do Rio, Marcos Santos, o órgão enumera fatos que justificam a medida.
Entre eles, a ausência de ambulâncias no local, o fechamento de escolas e postos de saúde e a falta do devido isolamento para fins de preservação e perícia posterior.
“Reconhecemos as dificuldades inerentes a uma área de mata, mas causa estranheza a ausência de controle sobre o isolamento do local”, pondera o defensor público.
Segundo ele, o conjunto de fatores desperta “receio concreto” quanto à imparcialidade e consequente fiabilidade das perícias realizadas nos corpos dos mortos.
‘Muro do Bope’: a estratégia da polícia contra os bandidos na área de mata entre a Penha e o Alemão.
Arte/g1

 
			 
			 
			