Movimentos e partidos de esquerda realizam atos contra a anistia a golpistas e em defesa da soberania

Movimentos e partidos de esquerda realizam atos contra a anistia a golpistas e em defesa da soberania


Grito dos Excluídos reúne manifestantes no Centro de Belo Horizonte
Movimentos e partidos de esquerda realizaram atos contra a anistia a golpistas e em defesa da soberania em diversas cidades do país neste domingo de feriado, 7 de Setembro.
Parte das manifestações fez parte da mobilização nacional da 31ª edição do Grito dos Excluídos. Neste ano, o tradicional evento ligado a movimentos sociais teve como tema: ‘A vida em primeiro lugar. De uma parte, cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia’.
No Rio de Janeiro, manifestantes exibiram cartazes contra a anistia a golpistas e contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de gritarem palavras de ordem durante o ato. Segundo os organizadores cariocas, o objetivo é reafirmar o compromisso com a democracia, os direitos sociais e a soberania do Brasil.
Na capital paulista, os participantes distribuíram café da manhã para pessoas em situação de rua na Praça da Sé e reivindicaram mais atenção das autoridades municipais, estaduais e federais pelos direitos dos excluídos da sociedade.
Ainda em São Paulo, centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda fizeram um ato em defesa da soberania nacional e contra a anistia. Estiveram presentes no ato da esquerda os ministros Alexandre Padilha, da Saúde, e Luiz Marinho, do Trabalho, além do presidente nacional do PT, Edinho Silva, e dos deputados federais Guilherme Boulos e Érika Hilton, ambos do PSOL.
Manifestantes se reúnem na Praça da República, em São Paulo, em ato em favor da soberania brasileira e contra a anistia a bolsonaristas.
Matheus Meirelles/GloboNews
Em Belo Horizonte, os manifestantes criticaram as privatizações propostas pelo governo Zema (Novo) e se solidarizaram com o povo palestino no conflito com Israel. O grupo também reforçou que são contra a anistia e favoráveis ao julgamento de Bolsonaro.
Na capital cearense, como forma de protestos, os manifestantes caminharam da Praça da Paz Dom Hélder Câmara até a comunidade Raízes da Praia, está prevista a instalação de uma usina de dessalinização.
Ato em defesa da democracia reúne manifestantes no Centro do Rio
Rafael Nascimento/g1 Rio
Em Teresina, o grupo se reuniu na Av. Marechal Castelo Branco. “O objetivo é lutar pelo meio ambiente, lutar pela democracia porque isso é luta de todo dia. Quando temos teto, casa comida, temos vida”, disse a participante do ato Vanda Carvalho.
Em Brasília, a manifestação aconteceu na praça Zumbi dos Palmares. O grupo exibiu mensagens em defesa da soberania nacional, contra a anistia e com pautas do governo, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
No Recife, o ato foi pela soberania nacional, defesa do meio ambiente, da democracia e contra a anistia. os participantes também pediram o Plebiscito Popular 2025, que defende a redução da jornada de trabalho sem redução salarial e o fim da escala 6×1, além de justiça tributária, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e aumento da alíquota para os super-ricos.
Cartaz levado por manifestante em ato de partidos de esquerda no 7 de Setembro, em Brasília
Mariana Assis/g1
Julgamento no STF e discussão de anistia no Congresso
Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O julgamento deve ser concluído até a próxima sexta (12).
Bolsonaro está em prisão domiciliar por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Em paralelo, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade.
O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também está endossando a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.
Não se sabe ainda qual texto seria votado. Um dos pontos em discussão é o alcance da possível anistia: se ela valeria apenas para quem já foi condenado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se alcançaria também o ex-presidente e seus aliados que estão sendo julgados no STF.
Aliados mais próximos de Bolsonaro querem uma anistia geral. O Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas de golpistas condenados, sem que haja a anulação.
O governo petista é contra votar qualquer proposta de anistia, e o presidente Lula pediu mobilização social para barrá-la.