Moraes diz que STF não vai se submeter a ameaças: ‘Rito processual do STF irá ignorar sanções’
Moraes diz que organização criminosa age de maneira ‘covarde e traiçoeira ao crivo de um Estado estrangeiro’
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (1º) que a forma de operar com intenções para promover um golpe de Estado no país permanece a mesma, e que o Supremo não irá se “envergar a ameaças covardes e infrutíferas”.
Moraes destacou que irá “ignorar as sanções aplicadas e vai continuar trabalhando, sempre de forma colegiada”.
“O modus operandi é o mesmo: incentivo a taxações ao Brasil, incentivo a crise econômica, que gera a crise social, que por sua vez gera a crise política, para que novamente haja uma instabilidade social e possibilidade de um novo ataque golpista”, disse.
Moraes fez o pronunciamento durante a cerimônia de abertura do semestre Judiciário, após o recesso. Esta é a primeira fala pública do ministro após o anúncio das sanções contra ele pelo governo dos Estados Unidos.
“Não é possível pressões, coações, no sentido de querer obter, repito, entre aspas, um espúrio arquivamento imediato dessas ações penais sob pena de se prejudicar a economia brasileira, o sustento das pessoas, o trabalho dos brasileiros e das brasileiras”, afirmou o ministro.
“Essas tentativas de obstrução à Justiça, realizadas por esses brasileiros, supostamente patriotas, a favor de interesses estrangeiros tem uma única finalidade: a finalidade de substituir o devido processo legal […] substituir por um tirânico arquivamento para beneficiar determinadas pessoas que se acham acima da Constituição, acima da Lei, acima das instituições”, prosseguiu.
Segundo o ministro, há uma tentativa “patética” de afastar seus ministros de suas atuações, na tentativa de favorecer réus.
“Ameaças aos presidentes das casas congressuais brasileiras sem o menor respeito institucional, sem o menor pudor, sem a menor vergonha, na explícita chantagem. Para tentar obter uma inconstitucional anistia ou em relação ao presidente do Senado Federal, o senador Davi Alcolumbre, obter um início de procedimento de impeachment contra ministros desta Suprema Corte, sem existência de qualquer indício de crime de responsabilidade, mas sim por discordar da legítima atuação deste Supremo Tribunal Federal no exercício de sua competência jurisdicional concedida diretamente pela Constituição Federal em uma tentativa patética de tentar afastar seus ministros”, seguiu.
– Esta reportagem está em atualização