Moraes diz que 8 de janeiro não foi ‘combustão espontânea’, mas procedimento de manutenção de poder a ‘qualquer custo’

O ministro Alexandre de Moraes, relator no processo da chamada trama golpista, afirmou nesta terça-feira (9), na retomada do julgamento, que o 8 de janeiro de 2023 não foi “combustão espontânea”.
Segundo Moraes, a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes foi um procedimento de manutenção e tomada de poder a “qualquer custo” por uma organização criminosa.
“O que ocorreu em 8 de janeiro 2023 não foi combustão espontânea. O que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 foi a conclusão de um procedimento de tomada e manutenção de poder a qualquer custo por um grupo político que se transformou, lamentavelmente, numa organização criminosa”, afirmou Moraes.
Moraes: Não é necessário consumação para crime de golpe
Ainda segundo Moreas, a sequência de todos esses atos executórios desde meados de junho de 2021 “mostra claramente” a consumação dos tipos penais apontados pela Procuradoria-Geral da República.
“Mostra que apesar dessa consumação dos crimes, dos tipos penais, em virtude da reação dura, a reação constitucional do comandante do Exército e do comandante da Força Aérea, não houve tempo hábil, antes do término do mandato, para o autogolpe para se manter no poder e impedir a continuidade”, emendou.
Moraes frisou que o que já vinha sendo produzido, financiado e organizado desde 2021 foi consumado em 8 de janeiro.