Minuta do golpe: Bolsonaro contradiz Cid e nega ter alterado documento

Ex-presidente foi interrogado nesta terça-feira (10) na Primeira Turma do STF. Nesta segunda, Mauro Cid disse que Bolsonaro leu e ‘enxugou’ minuta com teor golpista. Bolsonaro contradiz Cid e nega ter alterado minuta golpista
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta terça-feira (10) que tenha alterado, escrito ou colocado no computador uma “minuta” de teor golpista.
O ex-presidente foi interrogado na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi o sexto réu a depor no processo penal sobre tentativa de golpe de Estado.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Bolsonaro teria liderado uma organização que teria agido para mantê-lo no poder.
Bolsonaro negou ter alterado o documento ao responder a uma pergunta de Celso Vilardi, um dos advogados do ex-presidente.
A negativa feita por Bolsonaro contradiz o que Mauro Cid relatou ao ser interrogado nesta segunda-feira (9).
Ao ser questionado sobre a minuta, Mauro Cid disse que Bolsonaro leu a minuta e fez alterações com o objetivo de “enxugar” o documento.
Cid afirmou que Bolsonaro participou de uma reunião com o então assessor Filipe Martins e um jurista, em que a minuta foi discutida.
O documento previa medidas contra a ordem democrática para reverter o resultado das eleições, como a instalação de um Estado de Sítio e prisão de autoridades. O tenente-coronel repetiu que o então presidente recebeu, leu e fez alterações no documento.
Segundo Cid, Bolsonaro teria diminuído o conteúdo da minuta, mas manteve, no documento, a previsão de prisão do ministro Alexandre de Moraes, que, à época, era presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
“Ele [Bolsonaro] enxugou o documento. Ele enxugou o documento basicamente retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor ficaria como preso. O resto, não”, afirmou.
Bolsonaro aponta para o celular antes de depoimento no STF
Eraldo Peres/AP