Megapacote de cortes de impostos de Trump avança no Senado dos EUA

Megapacote de cortes de impostos de Trump avança no Senado dos EUA


O megaprojeto estenderia os cortes de impostos de 2017, reduziria outros tributos e aumentaria os gastos com defesa e segurança nas fronteiras. Donald Trump em pronunciamento na Casa Branca
Carlos Barria/Reuters
O Senado dos Estados Unidos, controlado pelos republicanos, avançou no sábado à noite com o amplo projeto de lei de cortes de impostos e gastos do presidente Donald Trump, em uma votação processual crucial — aumentando as chances de que os parlamentares consigam aprovar seu “grande e belo projeto de lei” nos próximos dias.
A medida, principal prioridade legislativa de Trump, superou seu primeiro obstáculo processual por 51 votos a 49, com dois senadores republicanos votando contra.
Trump comemorou nas redes sociais a “grande vitória” por seu “grande, lindo e maravilhoso projeto de lei.”
O resultado veio após várias horas de negociações, enquanto líderes republicanos e o vice-presidente JD Vance tentavam convencer os últimos indecisos em uma série de reuniões a portas fechadas.
A votação processual — que abre o debate sobre o megaprojeto de 940 páginas, focado nas principais prioridades de Trump em imigração, fronteiras, cortes de impostos e defesa militar — começou após horas de atraso.
Ela permaneceu aberta por mais de três horas de impasse, enquanto três senadores republicanos — Thom Tillis, Ron Johnson e Rand Paul — se juntaram aos democratas para se opor à legislação. Outros três — Rick Scott, Mike Lee e Cynthia Lummis — negociaram com a liderança republicana até tarde da noite em busca de cortes de gastos mais profundos.
No fim, o senador de Wisconsin, Ron Johnson, mudou seu voto de “não” para “sim”, restando apenas Rand Paul e Thom Tillis como votos republicanos contrários.
Segundo um alto funcionário da Casa Branca, Trump acompanhava a votação do Salão Oval até tarde da noite.
O megaprojeto estenderia os cortes de impostos de 2017 — principal conquista legislativa do primeiro mandato de Trump —, reduziria outros tributos e aumentaria os gastos com defesa e segurança nas fronteiras.
Analistas independentes estimam que uma versão do projeto de Trump acrescentaria trilhões à dívida pública dos EUA, atualmente em US$ 36,2 trilhões.
Os democratas se opõem fortemente ao projeto, alegando que os cortes de impostos beneficiariam desproporcionalmente os mais ricos, em detrimento de programas sociais dos quais os americanos de baixa renda dependem.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, exigiu que o projeto fosse lido em voz alta antes que o debate começasse, acusando os republicanos de tentar aprovar um projeto radical às pressas:
“Se os republicanos do Senado não querem dizer ao povo americano o que está nesse projeto, então os democratas vão obrigar esta casa a lê-lo do começo ao fim”, declarou o senador por Nova York.
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