Lula fala sobre expectativa para acordo comercial entre Mercosul e União Europeia: ‘Vai ser o maior da história’

Lula fala sobre expectativa para acordo comercial entre Mercosul e União Europeia: ‘Vai ser o maior da história’


Após participar das celebrações do Dois de Julho, em Salvador, Lula viajará para a Argentina, onde assumirá a presidência rotativa do Mercosul até o fim deste ano. Lula fala sobre expectativa para acordo comercial entre Mercosul e União Europeia
Reprodução/TV Bahia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou que vai assinar o maior acordo entre a Mercosul e a União Europeia da história. A declaração foi feita nesta quarta-feira (2), durante entrevista exclusiva para o Jornal da Manhã, na TV Bahia.
“Eu assinarei o acordo Mercosul – União Europeia nesse meu mandato de Presidência do Mercosul. Vai ser o maior acordo comercial da história. São 722 milhões de habitantes nos dois blocos e um PIB de 27 trilhões de dólares”, disse o presidente Lula.
Criado em 1991, o Mercosul reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e a Bolívia. Já a União Europeia é composta por por 27 países como a Alemanha, Bélgica, Croácia, Espanha, França, Itália, Portugal, entre outros.
Após participar das celebrações do Dois de Julho, em Salvador, Lula viajará para a Argentina, na quinta-feira (3), onde participará de um encontro dos chefes de Estado e assumirá a presidência rotativa do Mercosul até o fim deste ano.
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Esta é a primeira viagem do petista à Argentina desde que Javier Milei assumiu a presidência do país. Crítico de Lula, Milei é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e fez diversas críticas ao presidente brasileiro durante a campanha presidencial de 2023.
Entre outros pontos, a cúpula do Mercosul também deve debater os seguintes temas:
cooperação no combate ao crime organizado;
agricultura de baixo carbono.
Mais de 20 anos de negociações
Javier Milei, Luis Lacalle Pou, Ursula von der Leyen, Luiz Inacio Lula da Silva e Santiago Pena durante cúpula do Mercosul, no qual o acordo com a União Europeia foi fechado
Mariana Greif/Reuters
Após mais de 25 anos de negociações, o acordo pode ser, enfim, concluído. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou ao Uruguai na quinta-feira (5) para acompanhar a reunião do bloco sul-americano.
🔎Se entrar em vigor, o acordo entre os dois blocos será o maior tratado de livre comércio do mundo, englobando 32 países, com 780 milhões de pessoas. Países mais protecionistas, como a França, se posicionaram contra o avanço das negociações.
Negociado desde 1999, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia foi concluído 20 anos depois, em 2019, e passou à fase de revisão. Essa etapa só foi concluída em 2024, durante a cúpula do bloco no Uruguai.
Agora, na parte europeia, ainda falta a ratificação no Conselho Europeu e no Parlamento Europeu. Enquanto países como a Espanha se dizem favoráveis ao acordo, há também quem se coloque de forma contrária, a exemplo da França.
Como o Brasil assume a presidência do Mercosul, o presidente Lula tem dito que pretende convencer o presidente francês Emmanuel Macron a aceitar o acordo para que, enfim, o acordo comercial possa entrar em vigor.
Macron, por sua vez, afirma entender que as regras ambientais exigidas dos produtores europeus são mais rígidas que as exigidas dos sul-americanos, o que tornaria o acordo desigual. Diante disso, Lula tem defendido que o negociador francês apresente alguma proposta a ser discutida.
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Acordo com EFTA
O governo Lula espera que seja anunciado ainda nesta semana, em Buenos Aires, o acordo comercial entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA, na sigla em inglês), formada por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein — países europeus que não integram a União Europeia.
Negociado desde 2017, o acordo com o grupo foi concluído em 2019, após dez rodadas de negociações. Ainda havia, contudo, algumas pendências relativas a questões técnicas e, por isso, ainda não havia sido finalizado.
De acordo com a página oficial do Mercosul, o comércio entre o bloco e os países da EFTA gira em torno de US$ 7 bilhões anuais.
Segundo Itamaraty, a estimativa é que o acordo com a associação represente incremento de US$ 5,2 bilhões em 15 anos no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
O acordo envolve temas como serviços, investimentos, compras governamentais, facilitação do comércio e cooperação aduaneira, medidas sanitárias e fitossanitárias, desenvolvimento sustentável e propriedade intelectual.
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