Lula diz que Faria Lima ‘finalmente’ foi alvo de megaoperação e que ‘endinheirados’ não ficarão impunes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (09) que “finalmente” uma operação policial “alcançou o andar de cima do crime organizado: a Faria Lima” e que “endinheirados” não ficarão impunes.
O presidente se referiu à megaoperação realizada no fim de agosto para desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
Vídeos e documentos exclusivos revelam detalhes do esquema bilionário descoberto na mega operação contra o PCC
“Há poucos dias, realizamos no Brasil a maior operação da história contra o crime organizado, que finalmente alcançou o andar de cima do crime organizado: a Faria Lima, a famosa linha bancária do Brasil. Não podemos permitir que os moradores de periferias, os povos indígenas e as comunidades ribeirinhas tenham suas vidas marcadas pela violência, enquanto os endinheirados ficam impunes”, disse o presidente.
“Os mais vulneráveis são os que mais sofrem com a criminalidade. Estar ao lado do povo amazônico requer ação firme e decisiva contra o crime. Juntos, seremos mais fortes e eficazes. Por isso, o crime organizado, se preparem porque a justiça irá derrotá-los.”
Cooperação internacional
Lula deu a declaração durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, em Manaus.
A Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Oeste de São Paulo, é um dos principais centros financeiros do país. A região concentrou 42 dos 350 alvos da megaoperação realizada em 28 de agosto em oito estados.
Viaturas da PF e da Receita em frente a prédio na Avenida Brigadeiro Faria Lima durante megaoperação que investiga fraude do PCC em postos de combustíveis
Amanda Perobelli/Reuters
De acordo com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP), o PCC se infiltrava em instituições financeiras e adquiria postos de combustíveis para lavar dinheiro, obtido com o tráfico de drogas.
Segundo os investigadores, o grupo cometeu crimes contra a ordem econômica, fraude fiscal e estelionato a partir da adulteração de combustíveis.
Só em um dos prédios da Faria Lima, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. Policiais apreenderam documentos, computadores em empresas, corretoras e fundos de investimentos, as chamadas fintechs.