Julgamento de Bolsonaro: relembre a investigação e o começo do processo no STF sobre a trama golpista

Julgamento de Bolsonaro: relembre a investigação e o começo do processo no STF sobre a trama golpista


Zanin marca para 2 setembro início de julgamento de Bolsonaro e mais sete por tentativa de
A ação penal contra oito acusados de participação na tentativa de golpe de Estado em 2022 será julgada na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo mês.
Nesta sexta-feira (15), o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, marcou a primeira sessão de julgamento para o dia 2 de setembro.
O colegiado vai decidir se o grupo – que conta com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – deve ser condenado ou absolvido.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os réus fazem parte do “núcleo crucial” da organização criminosa voltada para a ruptura democrática.
O g1 relembra as principais fases da investigação e do processo penal. Acompanhe a cronologia.
Bolsonaro e mais seis réus apresentam alegações finais
🗓 Novembro de 2024
No dia 21 de novembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) apresentou suas conclusões no inquérito que investigou a tentativa de golpe de Estado em 2022. Os investigadores indiciaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 36 aliados.
A apuração, iniciada em 2023, detalhou as ações de uma organização criminosa voltada para, de forma coordenada, realizar ações para a ruptura democrática. Ao indiciar o grupo, a PF apontou que havia elementos para associar os investigados aos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
🗓 Fevereiro de 2025
No dia 18 de fevereiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República apresentou cinco denúncias ao Supremo Tribunal Federal contra 34 investigados. Eles foram divididos em cinco grupos — cada pedido de abertura de processo detalhou as ações dos núcleos.
A PGR afirmou que Bolsonaro, militares e ex-ministros do governo faziam parte do “núcleo crucial” da organização criminosa.
🗓 Março de 2025
No dia 26 de março, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados.
A decisão foi tomada com base na denúncia apresentada pela PGR, que atribui ao grupo a formação do “núcleo crucial” de uma organização criminosa voltada à ruptura institucional.
Com a denúncia aceita pela maioria dos ministros da Turma, os oito passaram a responder a uma ação penal no STF.
Bolsonaro é interrogado por Moraes no julgamento do golpe
Evaristo SA / AFP
🗓 Maio de 2025
Em um dos atos da chamada instrução processual, o Supremo realizou uma série de audiências para ouvir testemunhas de defesa e acusação na ação penal.
A medida faz parte da fase de coleta de provas do processo.
🗓 Junho de 2025
Na reta final da instrução processual, foram ouvidos os oito réus citados no “núcleo crucial”. Ainda em junho, foram realizadas diligências adicionais — como as acareações envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid.
No fim do mês, Moraes abriu os prazos para as alegações finais.
🗓 Julho de 2025
O mês foi destinado à apresentação das conclusões finais da Procuradoria-Geral da República e da defesa do tenente-coronel Mauro Cid. A PGR pediu a condenação de Bolsonaro e de outros sete réus.
Já a defesa de Cid sustentou a necessidade de absolvição ou de redução da pena dele, em caso de condenação. Foi iniciado, ainda, o prazo para que o ex-presidente e outros seis réus apresentassem seus argumentos.
O mês também foi marcado pela aplicação de uma série de medidas restritivas contra Bolsonaro. Investigadores identificaram atuação conjunta do ex-presidente e do filho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na instigação de sanções americanas contra o Brasil.
O objetivo, segundo eles, seria interferir no andamento da ação penal contra o político do PL.
🗓 Agosto de 2025
No dia 4, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, por considerar que houve o descumprimento das obrigações impostas ao ex-presidente.
O político do PL é alvo de apuração por uma suposta atuação para atrapalhar o andamento da ação penal por golpe de Estado.