Governo quer reduzir de R$ 35 bi para R$ 11 bi impacto na conta de luz após queda de vetos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu nesta terça-feira (24) a sua equipe para fechar uma estratégia para reduzir o impacto na conta de luz após a queda de vetos a “jabutis” do projeto das eólicas em alto-mar.
🔎Os chamados “jabutis” são artigos que não correspondem ao tema original do texto e são acrescentados pelos parlamentares durante a tramitação de um projeto.
O texto da medida provisória (MP) que será negociada pode fazer cair de R$ 35 bilhões para R$ 11 bilhões o custo a ser bancado pelos consumidores residenciais e pessoa jurídica no país.
Senador diz que governo vai publicar MP para reverter impacto na conta de luz
Para acelerar a tramitação, a proposta deve ser incorporada a uma medida provisória que está no Senado.
Com a queda de vetos a jabutis, o governo fica obrigado a tomar medidas que geram um custo para o setor elétrico, que deve ser repassado para a conta de energia elétrica.
O governo decidiu acelerar sua proposta diante da informação de que há uma articulação no Legislativo para que seja feita uma sessão do Congresso na próxima semana para tratar dos dois vetos restantes a jabutis incluídos no projeto das eólicas.
Se esses dois vetos também forem derrubados, o governo seria obrigado a prorrogar a contratação de térmicas a gás e carvão, duas fontes de energia suja e mais caras.
Dessa forma, o custo para os consumidores saltaria de R$ 35 bilhões por ano para R$ 64 bilhões por ano, com um aumento da conta de luz de 10% para os consumidores residenciais e do setor privado.
Hélices de geração de energia eólica são movidas em alto-mar na fazenda de vento Bard Offshore 1.
Fabian Bimmer/Reuters
Reunião com ministros
A reunião desta terça (24) no Palácio do Planalto reuniu os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, Rui Costa, e da Fazenda, Fernando Haddad.
A derrota na votação dos vetos a jabutis, medidas incluídas num projeto que tratam de outro tema, foi mais um sinal de que a base aliada está insatisfeita com o governo.
A expectativa do Palácio do Planalto é que o clima mude um pouco a partir de agora, depois que o governo acelerou a liberação das emendas parlamentares.
Além do lobby de alguns poucos empresários, que surtiu efeito sobre alguns parlamentares, pesou ainda na derrota do presidente Lula na votação dos vetos a demora em empenhar e pagar recursos das emendas do Orçamento deste ano e sobras do ano passado.