Flávio Dino cita morte de Charlie Kirk e argumenta que anistia concedida por Trump não levou paz aos EUA

Flávio Dino cita morte de Charlie Kirk e argumenta que anistia concedida por Trump não levou paz aos EUA


Flávio Dino relembra morte de Charlie Kirk, aliado de Trump, ao citar Victor Hugo
O ministro Flávio Dino interrompeu a sessão desta quinta-feira (11) do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer uma referência a um atentado político ocorrido nos Estados Unidos nesta quarta (10). Charlie Kirk, ativista conservador dos EUA e aliado do presidente Donald Trump, morreu após ser baleado durante um evento na Universidade Utah Valley.
“Vou fazer um aditamento sobre a situação dos EUA. Ontem, infelizmente, houve um grave crime político. Um jovem que é de uma posição política aparentemente do lado do atual presidente dos EUA (mas pouco importa), levou um tiro. E é curioso notar, porque há uma ideia segundo a qual anistia, o perdão, é igual a paz. E foi feito perdão nos EUA, mas não há paz. Porque, na verdade, o que define a paz que nós sempre devemos buscar não é a existência do esquecimento. Às vezes a paz se obtém pelo funcionamento adequado das instâncias repressivas do Estado. Então, Victor Hugo deve ter razão nessa reflexão”, afirmou.

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A intervenção de Dino foi uma reação a uma citação feita pela ministra Cármen Lúcia em seu voto. Ao recorrer ao escritor francês Victor Hugo, ela ressaltou: “o mal feito para o bem continua sendo mal” (veja abaixo).
Cármen Lúcia: São ações plurais, pensadas, executadas com racionalidade
O voto de Cármen Lúcia
A ministra começou sua fala destacando a importância das ações penais e da responsabilidade de quem julga as ações.
“Esse é um processo, como há outros, que temos a responsabilidade constitucional de julgar. Processos que despertam maior ou menor interesse da sociedade, o que não é também nada de novo, seja uma cidade pequena, seja para todo o país”, afirmou.
“Toda ação penal, especialmente a ação penal, impõe um julgamento justo e aqui não é diferente. O que há de inédito talvez nessa ação penal é que nela pulsa o Brasil que me dói. A presente ação penal é quase um encontro do Brasil com seu passado, com seu presente e com seu futuro, na área especificamente das políticas públicas dos órgãos de Estado”, prosseguiu.
A ministra ainda citou as rupturas institucionais que impediram o desenvolvimento do país e o nascimento de novas lideranças.
O voto da ministra é o quarto no julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por participação na tentativa de golpe de Estado em 2022.