Eduardo Saverin bate recorde de maior fortuna já registrada por um brasileiro, segundo a Forbes

O cofundador do Facebook Eduardo Saverin comparece ao segundo aniversário da 99.co e ao lançamento do 99PRO em Cingapura em 26 de maio de 2016.
Roslan Rahman/AFP/Arquivo
Pelo segundo ano consecutivo, Eduardo Saverin aparece como o brasileiro mais rico. Em 2025, sua fortuna cresceu de R$ 155,9 bilhões (2024) para R$ 227 bilhões, um avanço de 45,5%.
Ele não só manteve a liderança como quebrou mais um recorde: maior fortuna já registrada por um brasileiro.
O cofundador do Facebook foi favorecido pela valorização das ações da Meta, impulsionadas pela onda da inteligência artificial, e ampliou o recorde histórico já alcançado em 2024.
O top 5 também registrou movimentos relevantes: Vicky Safra, viúva de Joseph Safra, permanece como a mulher mais rica do Brasil, em 2º lugar, com R$ 120,5 bilhões — 9,4% acima do valor de 2024.
Jorge Paulo Lemann, sócio da 3G Capital e da AB InBev, manteve o 3º lugar, mas sua fortuna caiu de R$ 91,8 bilhões para R$ 88 bilhões, uma retração de 4,2%.
André Esteves, do BTG Pactual, foi o grande destaque do setor financeiro: subiu do 9º lugar em 2024 para o 4º em 2025, com aumento de 56% (de R$ 32,7 bilhões para R$ 51 bilhões).
Fernando Moreira Salles, do Itaú Unibanco, permaneceu entre os cinco primeiros e registrou crescimento discreto, de R$ 38,4 bilhões para R$ 40,2 bilhões (+4,5%).
Quem perdeu espaço 💸
Alguns nomes tradicionais perderam espaço no ranking. Carlos Alberto Sicupira (AB InBev/3G Capital) caiu do 5º lugar em 2024 (R$ 49,3 bilhões) para o 6º em 2025 (R$ 39,1 bilhões), ainda impactado pela crise das Lojas Americanas.
Alexandre Behring, também da 3G Capital, passou do 8º lugar (R$ 34,8 bilhões) para o 9º (R$ 31 bilhões). Já Marcel Herrmann Telles, sócio histórico de Lemann e Sicupira, deixou o top 10 em 2025.
Novos nomes no Top 10 🤑
A principal novidade do ranking foi a entrada de Jorge Moll, fundador da Rede D’Or. Sua fortuna mais que dobrou em um ano, chegando a R$ 30,4 bilhões (+119%), o que lhe garantiu o 10º lugar.
Outro destaque foi Miguel Krigsner, fundador do O Boticário, que saiu do 10º lugar em 2024 (R$ 28,6 bilhões) para o 8º em 2025 (R$ 34,2 bilhões), impulsionado pela expansão da rede de cosméticos.
Veja abaixo os dez maiores bilionários do Brasil em 2025.
Eduardo Saverin (Facebook/Meta) – Patrimônio: R$ 227 bilhões (+45,5%)
Vicky Sarfati Safra e família (Banco Safra) – Patrimônio: R$ 120,5 bilhões
Jorge Paulo Lemann (AB Inbev/3G Capital) – Patrimônio: R$ 88 bilhões
André Santos Esteves (BTG Pactual) – Patrimônio: R$ 51 bilhões (+56%)
Fernando Roberto Moreira Salles (Itaú Unibanco/CBMM) – Patrimônio: R$ 40,2 bilhões (+4,5%)
Carlos Alberto da Veiga Sicupira (AB Inbev/3G Capital) – Patrimônio: R$ 39,1 bilhões (-20,8%)
Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco/CBMM) – Patrimônio: R$ 38 bilhões (+5,1%)
Miguel Gellert Krigsner (O Boticário) – Patrimônio: R$ 34,2 bilhões (+19,2%)
Alexandre Behring da Costa (3G Capital) – Patrimônio: R$ 31 bilhões (-11,1%)
Jorge Neval Moll Filho (Rede D’Or) – Patrimônio: R$ 30,4 bilhões (+119,1%)
Forbes divulga ranking das 10 mulheres mais ricas do Brasil em 2025; veja quem são
1. Eduardo Saverin: R$ 227 bilhões (+45,5%)
Eduardo Saverin, cofundador do Facebook
Roslan Rahman/AFP/Arquivo
Idade: 43 anos
Onde mora: Singapura
Empresa: Facebook
Setor: Tecnologia
Saverin é paulista — nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, mas foi criado nos Estados Unidos. Ele é conhecido por ter ajudado Mark Zuckerberg a fundar o Facebook— os dois se conheceram quando estavam na faculdade.
Hoje, o empresário tem 43 anos e mora em Singapura, com sua esposa e filho. Saverin também é cofundador e copresidente da B. Capital, empresa de venture capital.
🔍 Empresas de venture capital — também conhecidas como empresas de capital de risco — são aquelas que realizam investimentos em companhias inovadoras em estágio inicial ou de pequeno porte e oferecem conhecimento e ferramentas para que elas possam expandir. Normalmente, esse tipo de investimento é de alto risco, mas também pode oferecer altos retornos.
Saverin se formou em economia em Harvard — onde conheceu Zuckerberg e ajudou a criar a rede social em 2004. O brasileiro foi o responsável pelo investimento inicial necessário para começar as operações da empresa, segundo o livro “Milionários Acidentais”, de Ben Mezrich, publicado em 2012.
Sua fortuna veio de uma participação minoritária da empresa. Ele apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2011, após a abertura de capital do Facebook, que fez valorizar sua participação.
Sua fatia só não era maior porque Saverin e Zuckerberg romperam a parceria por discordarem sobre os rumos da empresa. O embate foi parar na Justiça e foi retratado no filme “A Rede Social” (2010), em que Saverin é interpretado pelo ator Andrew Garfield.
Ainda assim, ele chegou a receber o título de brasileiro mais rico da história em 2024. Na época, sua fortuna ficou avaliada em US$ 155,9 bilhões, após as ações da Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, terem mostrado forte valorização.
A fortuna de Saverin teve um bom impulso após a Meta Platforms, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, apresentar resultados robustos no quarto trimestre de 2023 e anunciar o primeiro plano de distribuição de dividendos da empresa. Com o resultado, ele ficou muito à frente dos demais.
2. Vicky Safra: R$ 120,5 bilhões
Foto de arquivo de maio de 2014 mostra Vicky e Joseph Safra no Teatro Municipal de São Paulo.
Silvana Garzaro/Estadão Conteúdo
Idade: 73 anos
Onde mora: Suíça
Empresa: Banco Safra
Setor: Finanças
Nascimento: Grécia/naturalizada brasileira
Vicky Safra, de 72 anos, tem origem grega. Ela tinha apenas 17 anos quando se casou com Joseph Safra, o homem que viria se tornar o banqueiro mais rico do mundo.
A fortuna da família tem raízes na Síria, com a criação de uma empresa que operava como casa bancária em 1800. Só começou a fazer parte da história do Brasil em 1953, quando o pai de Joseph Safra, Jacob Safra, se mudou com a família para o país.
Por aqui, a fundação da Safra Financeira veio em 1967. Com as compras de outras instituições financeiras, em 1972 o Banco Safra se estabeleceu no Brasil. Juntos, Vicky e Joseph Safra tiveram quatro filhos e 14 netos. Joseph Safra morreu em 2020, aos 82 anos, por causas naturais.
Entre os filhos, Jacob e David administram os negócios do Safra no Brasil e fora do país. Alberto deixou os negócios da família e fundou a gestora de ativos ASA. Esther também vendeu suas ações, e é casada com Carlos Dayan, da família dona do banco Daycoval.
3. Jorge Paulo Lemann: R$ 88 bilhões (-4,2%)
O empresário Jorge Paulo Lemann, em foto de novembro de 2013
Felipe Rau/Estadão Conteúdo/Arquivo
Idade: 85 anos
Onde mora: Suíça
Empresa: AB Inbev/3G Capital
Setor: Bebidas/Investimentos
O empresário Jorge Paulo Lemann se mantém como um dos mais ricos do Brasil, mesmo após perdas recentes com o caso Americanas. Ele é um dos principais sócios da empresa de investimentos 3G Capital Partners, que aplica recursos na varejista e em outras empresas.
Nascido no Rio de Janeiro, em 26 de agosto de 1939, Lemann tem dupla nacionalidade — é filho de suíços que imigraram para o Brasil no começo do século XX. Órfão de pai aos 14 anos, foi um estudante dedicado e, seguindo os passos de um primo, se formou em economia em Harvard.
Iniciou sua carreira atuando em bancos e financeiras até começar a atuar no mercado de capitais, o que o levou a se tornar, em meados da década de 1960, sócio da financeira Invesco, que quebrou em 1966. Lemann se tornou sócio, então, da corretora Libra, da qual tentou comprar o controle.
No começo de 1970, o empresário vendeu sua participação na corretora por US$ 200 mil. No ano seguinte, comprou título da Corretora Garantia, onde viria a conhecer os sócios Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.
O trio se tornou investidor de uma série de empresas, como Ambev e Lojas Americanas. Mais tarde, tornou-se acionista controlador da Anheuser-Busch InBev, a maior cervejaria do mundo. Em 2016, a empresa comprou a cervejaria SABMiller por quase US$ 100 bilhões.
Lemann e seus sócios também possuem participações na Restaurant Brands International, controladora do Burger King e da rede canadense de cafés Tim Hortons.
4. André Esteves: R$ 51 bilhões (+56%)
Presidente e controlador do banco BTG Pactual, André Esteves, durante entrevista em São Paulo
REUTERS/Nacho Doce
Idade: 57 anos
Onde mora: Brasil
Empresa: BTG Pactual
Setor: Finanças
O banqueiro André Esteves, de 56 anos, começou sua carreira como estagiário no banco de investimentos Pactual. Anos depois, em uma carreira ascendente, adquiriu o controle da instituição.
Em 2006, ele vendeu o Pactual ao gigante banco suíço UBS por US$ 3,1 bilhões, formando a subsidiária brasileira UBS Pactual.
Em 2009, ele planejou a venda do UBS Pactual para a empresa de investimentos BTG e se tornou presidente do conselho e CEO da nova empresa.
O bilionário ganhou fama também por seu sucesso à frente de grandes negócios. Em 2011, comprou parte do Banco PanAmericano, que passava por dificuldades após a descoberta de fraudes de R$ 4,2 bilhões.
A aquisição foi acertada com Silvio Santos, fundador da instituição financeira. Em 2021, o BTG Pactual se tornou o maior acionista do Banco Pan, após adquirir a fatia que a Caixa Econômica Federal possuía da instituição.
5. Fernando Roberto Moreira Salles: R$ 40,2 bilhões (+4,5%)
Onde mora: Brasil
Idade: 79 anos
Empresa: Itaú Unibanco/CBMM
Setor: Finanças/Mineração
Fernando, primogênito do banqueiro Walther Moreira Salles (1912-2001), é acionista do Itaú Unibanco por meio da Companhia E. Johnston de Participações. A família também controla a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), líder mundial na produção de nióbio.
Em 2022, durante um processo de reestruturação, Fernando adquiriu parte das cotas dos irmãos Walther Júnior e João — mais ligados ao setor cultural — e passou a deter 50% da EJ, que possui cerca de 33% das ações do Itaú.
6. Carlos Alberto da Veiga Sicupira: R$ 39,1 bilhões (-20,8%)
Empresário Beto Sicupira, em foto de novembro de 2010.
Janete Longo/Estadão Conteúdo/Arquivo
Idade: 77 anos
Onde mora: Suíça
Empresa: AB Inbev/3G Capital
Setor: Bebidas/Investimentos
A maior parcela da fortuna de Beto Sicupira vem de suas ações na cervejaria AB InBev, com cerca de 3% de participação, segundo a Forbes. O bilionário é um dos principais sócios da empresa de investimentos 3G Capital, ao lado de Lemann e Telles.
Filho de uma dona de casa e um funcionário público que fez carreira no Banco do Brasil, Sicupira nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de maio de 1948.
Ainda adolescente, começou a empreender com venda de carros usados. Ele cursou administração de empresas na UFRJ e também tem especialização na Universidade de Harvard.
Em 2000, criou a Fundação Brava, que investe em projetos de melhoria da gestão pública e de organizações sem fins lucrativos. Ele também é um dos investidores da Fundação Estudar, entidade que oferece bolsas de estudo para estudantes talentosos nas melhores universidades do mundo.
Saiba quem é Eduardo Saverin, o brasileiro mais rico do mundo
Quem é Mario Araripe, o único novato brasileiro na lista de bilionários da Forbes 2025