Dólar abre em queda com investidores à espera do Fed

Dólar abre em queda com investidores à espera do Fed


EUA e Japão fecham acordo sobre minerais críticos e terras raras
O dólar inicia a sessão desta quarta-feira (29) em queda. Por volta das 9h10, a moeda americana recuava 0,04%, sendo negociada a R$ 5,3576. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
A decisão sobre os juros nos Estados Unidos, que será anunciada pelo Fed nesta tarde, concentra as atenções do mercado. Além disso, o cenário político ganha destaque com avanços nas relações comerciais entre Brasil e EUA e movimentações diplomáticas de Donald Trump na Ásia. .
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▶️ O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) anuncia hoje, às 15h (de Brasília), sua decisão sobre os juros nos EUA. A expectativa é de um corte de 25 pontos-base, levando a taxa para o intervalo entre 3,75% e 4%.
Meia hora depois, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, concede entrevista coletiva para detalhar os próximos passos da política monetária norte-americana.
▶️ O Senado norte-americano aprovou um projeto de lei que revoga as tarifas impostas ao Brasil durante o governo Trump. Apesar disso, a medida deve enfrentar resistência na Câmara, onde os parlamentares aprovaram uma norma que restringe tentativas de derrubar as tarifas criadas pelo republicano.
▶️ Na Ásia, Donald Trump mantém encontros com líderes globais e reforça a expectativa para a reunião com o presidente chinês, Xi Jinping.
Segundo a Reuters, o republicano afirmou que pretende discutir o chip de inteligência artificial Blackwell, da Nvidia — um dos principais pontos de tensão nas negociações comerciais entre os dois países neste ano.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,60%;
Acumulado do mês: +0,70%;
Acumulado do ano: -13,27%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +0,86%;
Acumulado do mês: +0,82%;
Acumulado do ano: +22,57%.
Senado dos EUA quer revogar tarifas
O Senado dos EUA aprovou na noite da terça-feira (28) um projeto de lei que prevê a anulação das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ao Brasil, incluindo produtos como petróleo, café e suco de laranja.
💰 Apesar do aval do Senado, a proposta — apresentada pelo senador democrata Tim Kaine, da Virgínia — tem poucas chances de avançar.
O texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara, controlada pelos republicanos. Recentemente, a Casa implementou novas regras que permitem à liderança barrar o avanço de projetos relacionados a tarifas. Além disso, Trump poderia vetar a proposta.
Para o senador Kaine, as votações são uma maneira de forçar o Senado a debater “a destruição econômica causada pelas tarifas”. Na prática, portanto, a medida tem principalmente caráter simbólico e busca expor a insatisfação com a política tarifária do governo Trump.
Além disso, o projeto é visto como um teste da adesão dos senadores republicanos à política comercial de Trump. O texto propõe revogar o estado de emergência nacional, mecanismo usado pelo presidente para impor tarifas de importação de até 50% sobre produtos brasileiros desde agosto.
Nesse sentido, a votação no Senado, que terminou com placar de 52 a 48 pela aprovação, evidenciou uma resistência dentro do Partido Republicano às tarifas impostas por Trump.
Cinco senadores republicanos votaram a favor da resolução, ao lado de todos os democratas. Foram eles:
Susan Collins (Maine)
Mitch McConnell (Kentucky)
Lisa Murkowski (Alasca),
Rand Paul (Kentucky)
Thom Tillis (Carolina do Norte).
Arrecadação do governo
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça que o governo vai aguardar a votação do projeto que limita os gastos públicos antes de enviar novas propostas para aumentar a arrecadação.
A ideia é equilibrar o orçamento de 2026 após o Congresso derrubar a medida provisória que elevava impostos sobre bets, fintechs e investimentos.
Segundo o ministro, o foco neste momento é aprovar medidas de controle de despesas, e só depois discutir eventuais aumentos de tributos. Ele destacou que a parte principal do ajuste — cerca de 60% do problema — pode ser resolvida com o projeto em tramitação na Câmara, que deve ser votado nesta quarta-feira (29).
Com a queda da MP, o governo perdeu receitas estimadas em mais de R$ 50 bilhões até o fim do mandato de Lula. Para compensar, o Ministério da Fazenda avalia novas formas de taxar fintechs, empresas de apostas online e rever benefícios fiscais.
Bolsas globais
O encontro de Trump com parceiros comerciais na Ásia e a expectativa pela nova decisão de juros do Fed também mexeram com os mercados internacionais nesta terça-feira.
Em Wall Street, os principais índices acionários registraram novas máximas recordes no fechamento, com destaque para ações da Nvidia e para o maior otimismo dos investidores antes dos principais resultados corporativos desta semana.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,24%, aos 6.890,95 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subiu 0,80%, aos em 23.827,49 pontos. O Dow Jones Industrial Average, por sua vez, avançou 0,34%, aos 47.706,65 pontos.
Na Ásia, as bolsas da China e de Hong Kong devolveram os ganhos recentes e fecharam em queda, refletindo a cautela dos investidores antes das conversas entre os líderes.
O índice de Xangai caiu 0,22% e o Hang Seng recuou 0,33%. Em outras regiões, o Nikkei do Japão perdeu 0,58%, o Kospi da Coreia do Sul caiu 0,80% e o S&P/ASX 200 da Austrália teve baixa de 0,48%.
Os principais índices de Wall Street abriram em máximas recordes após previsões positivas de empresas como UnitedHealth e UPS, enquanto a Apple ultrapassou US$ 4 trilhões em valor de mercado pela primeira vez, impulsionada pela forte demanda do novo iPhone.
O Dow Jones Industrial Average subia 0,44% na abertura, para 47.752,35 pontos. O S&P 500 avançava 0,33%, a 6.897,74 pontos, enquanto o Nasdaq Composite tinha alta de 0,55%, para 23.766,463 pontos.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP