Dólar abre em alta com foco em dados de emprego no Brasil

Dólar abre em alta com foco em dados de emprego no Brasil


Desemprego fica em 5,6% em setembro
O dólar iniciou a sessão desta sexta-feira (31) em alta. Por volta das 9h15, a moeda americana subia 0,10% e era negociada a R$ 5,3863. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, abre às 10h.
Os investidores acompanham uma agenda movimentada no Brasil e no exterior. No radar doméstico, os novos dados do mercado de trabalho e a temporada de balanços do terceiro trimestre dividem atenções, enquanto lá fora as big techs e discursos de dirigentes do Fed movimentam os mercados.
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▶️ Após o forte resultado do Caged, o foco se voltou ao desemprego, medido pela Pnad Contínua. A taxa ficou em 5,6% no trimestre móvel encerrado em setembro, mantendo-se se em relação ao trimestre encerrado em agosto, quando o índice já havia atingido o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.
▶️ No campo corporativo, o mercado continua acompanhando os resultados do terceiro trimestre. Estão no radar desta sexta as divulgações da Irani (RANI3) e da Tenda (TEND3). Ontem, Vale, Multiplan e Ambev já apresentaram seus números, que seguem repercutindo entre os investidores.
▶️ No cenário internacional, os balanços das gigantes de tecnologia seguem em destaque. A Apple registrou aumento de 8% na receita em relação ao ano anterior e prevê crescimento de 10% a 12% no primeiro trimestre fiscal, superando a projeção de 6% de Wall Street. A Amazon também reportou desempenho acima do esperado, com lucro ajustado de US$ 1,95 por ação no terceiro trimestre.
▶️ Na agenda americana, os investidores aguardam falas de dirigentes do Federal Reserve. A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, discursa às 10h30 sobre economia e política monetária, enquanto Raphael Bostic, do Fomc, apresenta sua visão sobre os próximos passos da instituição às 13h.
▶️ Também começa hoje, na Coreia do Sul, a 32ª Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que reúne 21 economias da região, entre elas Estados Unidos, China e Japão.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,22%;
Acumulado do mês: +1,09%;
Acumulado do ano: -12,93%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +1,78%;
Acumulado do mês: +1,74%;
Acumulado do ano: +23,69%.
Desemprego no Brasil
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre móvel encerrado em setembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice se manteve estável em relação ao trimestre encerrado em agosto, quando o desemprego já havia atingido o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. No trimestre concluído em julho, o resultado também foi o mesmo. Já em maio, a taxa era de 6,2%, e, no mesmo período de 2024, havia alcançado 6,6%.
Ao todo, 6,045 milhões de pessoas estavam sem emprego no país — o menor número já registrado na série histórica. Esse resultado representa uma queda de 3,3% (menos 209 mil) em relação ao trimestre anterior e de 11,8% (menos 809 mil) na comparação com o mesmo período de 2024.
A população ocupada permaneceu estável em 102,4 milhões, mas ainda em nível recorde, crescendo 1,4% no ano (mais 1,4 milhão).
Trump e Xi Jinping firmam acordo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (30) que chegou a um acordo com o líder chinês, Xi Jinping, para reduzir as tarifas aplicadas a produtos chineses. Segundo Trump, as taxas sobre produtos chineses caíram de 57% para 47%.
Já os tributos impostos sobre produtos relacionados ao fentanil passaram de 20% para 10%.
Em troca, Pequim deve:
retomar a compra de soja americana;
manter o fluxo de exportação de terras raras;
e combater o comércio ilícito de fentanil.
Trump também disse que o país asiático vai comprar “quantidades enormes” de soja e outros produtos agrícolas.
Trump afirmou que Xi prometeu uma “ação firme” sobre a exportação das substâncias usadas para produzir fentanil. A China pediu a redução de tarifas sob o argumento de que já havia intensificado a fiscalização no país.
“Eu achei que foi uma reunião incrível”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One, logo após deixar Busan.
O Ministério do Comércio da China confirmou que o país e os EUA concordaram em estender sua trégua comercial temporária por mais um ano, como parte de um acordo que eles alcançaram depois que as principais autoridades econômicas se reuniram na Malásia na semana passada.
Os dois líderes se reuniram em uma base aérea na cidade de Busan, na Coreia do Sul, para discutir uma possível trégua na guerra comercial. A reunião, primeira entre Trump e Xi desde o retorno do republicano à presidência dos EUA em janeiro, durou quase duas horas.
EUA em paralisação pelo 30º dia
A paralisação do governo dos EUA chega ao seu 30º dia nesta quinta-feira (30), sem previsão de encerramento. No Capitólio, o Senado se reúne, mas ainda não há votação marcada para reabrir o governo.
Enquanto isso, os impactos da falta de financiamento se intensificam, atingindo programas essenciais e milhões de cidadãos. Um dos pontos mais críticos é o risco de interrupção do programa de assistência alimentar (SNAP), que beneficia mais de 40 milhões de americanos e pode ficar sem recursos já neste sábado (1º).
A pressão sobre os parlamentares aumenta, e há sinais de que as negociações entre os partidos começam a ganhar força, ainda que lentamente. Líderes como o senador John Thune indicam que há mais diálogo entre democratas e republicanos nos bastidores.
Junto a isso, a volta de Trump de sua viagem à Ásia também pode influenciar os rumos das conversas.
Enquanto isso, milhares de servidores públicos continuam afastados ou trabalhando sem remuneração. A crise já afeta serviços essenciais: na quarta-feira, a Administração Federal de Aviação (FAA) ordenou a suspensão temporária de voos em aeroportos importantes por falta de pessoal.
Agenda econômica
Entre os indicadores, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) recuou 0,36% em outubro, após ter avançado 0,42% em setembro — uma queda mais acentuada do que o previsto, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
A expectativa dos analistas ouvidos pela Reuters apontava para uma queda de 0,22% no período. Com o resultado de outubro, o IGP-M acumula alta de 0,92% em 12 meses.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% da composição do IGP-M e que mede a variação dos preços no atacado, recuou 0,59% em outubro, após ter registrado alta de 0,49% em setembro.
“Em outubro, os preços ao produtor foram influenciados pela queda de importantes matérias-primas agropecuárias, como leite in natura, café em grão, soja e bovinos”, explicou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
No âmbito do IPA, as matérias-primas brutas apresentaram deflação de 1,41% em outubro, revertendo a alta de 1,47% observada em setembro.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, desacelerou para uma alta de 0,16% em outubro, ante 0,25% no mês anterior.
Em outubro, a tarifa de eletricidade residencial caiu 1,78%, após ter registrado alta de 4,76% no mês anterior, conforme os dados do IGP-M.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,21% no período, repetindo a variação registrada no mês anterior.
Na agenda, investidores também repercutem uma série de resultados corporativos divulgados na véspera e aguardam novos balanços para esta quinta-feira.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos fecharam o dia em queda, refletindo a reação dos investidores ao anúncio de Donald Trump sobre a redução de tarifas aplicadas à China, após reunião com o presidente Xi Jinping.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 caiu 0,99%, aos 6.822,16 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuou 1,57%, aos 23.581,14 pontos. O Dow Jones Industrial Average recuou 0,24%, aos 47.518,62 pontos.
As ações da Alphabet, controladora do Google, dispararam mais de 8% após a companhia registrar receita acima de US$ 100 bilhões e lucro próximo de US$ 35 bilhões, superando com folga as projeções dos analistas.
Já a Meta, dona do Facebook, viu seus papéis despencarem mais de 9%, mesmo com resultados sólidos, após alertar sobre um aumento significativo nas despesas previstas para 2026.
A Microsoft também apresentou números positivos, mas suas ações recuaram 2% diante da surpresa com os altos investimentos em infraestrutura de computação em nuvem e inteligência artificial.
Perto da abertura, os índices futuros operavam em baixa: o S&P 500 recuava 0,2%, o Dow Jones caía 0,4% e o Nasdaq também registrava queda de 0,2%.
Na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em queda com os investidores atentos à divulgação de resultados financeiros de grandes empresas e à decisão de juros do Banco Central Europeu. Dados de crescimento econômico também ficaram no radar, aumentando a sensibilidade do mercado.
O índice STOXX 600 caiu 0,1%, enquanto o DAX, na Alemanha, caiu 0,02%. O CAC 40, em Paris, registrou queda de 0,53%, e o FTSE MIB, em Milão, recuou 0,09%. A única exceção foi Londres, onde o FTSE 100 avançou 0,04%.
Na Ásia, os mercados fecharam com desempenho misto. As bolsas chinesas caíram após a reunião entre Trump e Xi Jinping, que resultou em uma trégua comercial já esperada pelos investidores.
Apesar dos sinais de alívio nas tensões, o mercado se manteve cauteloso, com receio de que o acordo não traga mudanças significativas.
No fechamento, o índice de Xangai caiu 0,73%, e o CSI300 recuou 0,80%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,24%. Já em Tóquio, o Nikkei subiu 0,03%, o Kospi, em Seul, avançou 0,14%, e o Taiex, em Taiwan, teve leve queda de 0,03%. Em Cingapura, o Straits Times caiu 0,16%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Notas de dólar.
Reuters