Dólar abre em alta com atenção voltada ao cenário político e julgamento de Bolsonaro

Dólar abre em alta com atenção voltada ao cenário político e julgamento de Bolsonaro


STF retoma julgamento de Bolsonaro. g1 transmite a partir das 9h
O dólar inicia a sessão desta terça-feira (9) em alta de 0,08%, cotado a R$ 5,4214. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Em mais um dia de poucos eventos econômicos no Brasil, o foco dos investidores se volta para a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete acusados pela tentativa de golpe de Estado em 2023. Hoje está prevista a apresentação dos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
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▶️ Com a conclusão do julgamento prevista para sexta-feira, a percepção no mercado é de que a condenação de Bolsonaro é praticamente certa. A preocupação, no entanto, é que essa decisão possa provocar novas reações negativas por parte do governo dos Estados Unidos.
▶️ No cenário internacional, o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos (BLS) divulga nesta terça-feira a revisão anual dos dados de criação de empregos, com base no payroll. Na última atualização, foi constatado que 818 mil postos de trabalho a menos foram gerados em relação à estimativa inicial para o período de um ano.
▶️ Ainda no cenário internacional, na segunda-feira, após a derrota de Javier Milei na província de Buenos Aires — seu primeiro grande teste eleitoral desde a denúncia de corrupção envolvendo sua irmã — o índice S&P Merval caiu 13,25% na Bolsa de Buenos Aires, enquanto o peso argentino desvalorizou mais de 4% em relação ao dólar.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: +0,07%;
Acumulado do mês: -0,09%;
Acumulado do ano: -12,35%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,59%;
Acumulado do mês: +0,26%;
Acumulado do ano: +17,88%.
Julgamento de Bolsonaro
O julgamento da chamada trama golpista foi retomado hoje. Serão conhecidos os votos dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pela absolvição ou condenação de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus.
👉🏽 Há a expectativa de que as sessões desta terça-feira sejam destinadas para os votos dos ministros Alexandre de Moraes, que é o relator, e Flávio Dino.
Até agora, os ministros ouviram os argumentos da acusação, que pediu a condenação dos oito réus, e das defesas, que negaram a participação dos acusados e pediram a absolvição por faltas de provas.
Em meio a isso, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar o Brasil e citou o ministro Alexandre de Moraes.
Em um post na rede social X, na segunda-feira (8), o subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA lembrou da comemoração da independência do Brasil neste domingo (7) e falou do ministro para criticar ‘abusos de autoridade’:
“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.
Na sexta-feira (5), Trump declarou que está “muito irritado” com o Brasil e não descartou restringir vistos de autoridades que planejam participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, ressalta que, na visão do mercado, a condenação do ex-presidente é considerada inevitável. Porém, a principal questão é como os EUA podem reagir ao Brasil em decorrência desse cenário.
“Na minha visão, já não há dúvidas de que Bolsonaro será sentenciado em breve. A questão central é o que acontece depois disso, especialmente diante da incerteza sobre como Trump pode reagir. Outro aspecto relevante é quem será o candidato indicado por Bolsonaro para assumir seu lugar.”
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos começaram o dia com pouca variação, após uma segunda-feira de fortes altas. Os investidores estão atentos a uma possível revisão nos dados de emprego. Essa expectativa, somada a sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho nos últimos meses, aumentou as apostas de que o banco central dos EUA pode reduzir os juros em breve.
Antes da abertura dos mercados, os índices futuros mostravam leves altas: o Dow Jones subia 0,03%, o S&P 500 avançava 0,12% e o Nasdaq 100 ganhava 0,21%.
Na Europa, os índices operam com leve alta, influenciados por notícias corporativas e preocupações políticas. O setor de mineração puxou os ganhos após o anúncio de fusão entre a Anglo American e a canadense Teck Resources, criando uma nova gigante do setor.
Na França, o clima é de tensão por causa da situação fiscal do país, que pode levar a uma reavaliação da nota de crédito. Os investidores também aguardam a escolha do novo primeiro-ministro francês e estão atentos à próxima decisão sobre os juros na zona do euro.
Com isso, o índice europeu STOXX 600 subia 0,08% por volta das 8h14 (horário de Londres), com destaque para o setor de recursos básicos, que avançava 1,5%. Já o CAC 40, da França, ganhava 0,3%.
Na Ásia, os mercados tiveram desempenho misto. As bolsas de Hong Kong se destacaram com forte alta, impulsionadas pela expectativa de que os EUA reduzam os juros em breve, o que pode beneficiar economias emergentes. Já na China continental, os índices caíram, refletindo preocupações internas.
No fechamento, o índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,19%, a 25.938 pontos. Em Tóquio, o Nikkei caiu 0,4%, encerrando o dia em 43.459 pontos. Na China, o índice de Xangai perdeu 0,51% e o CSI300 caiu 0,70%.
Em outras partes da Ásia, o Kospi (Coreia do Sul) subiu 1,26%, o Taiex (Taiwan) avançou 1,25%, enquanto o Straits Times (Singapura) recuou 0,30% e o S&P/ASX 200 (Austrália) caiu 0,52%.
Notas de dólar.
Murad Sezer/ Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters