Dólar abre com expectativa por resposta à derrubada do IOF

Na véspera, a moeda americana avançou 0,63%, cotada a R$ 5,5536. A bolsa encerrou em queda de 1,02%, aos 135.767 pontos. Câmara derruba aumento do IOF proposto pelo governo
O dólar abriu nesta quinta-feira (26), avaliando a guerra no Oriente Médio, o tarifaço de Donald Trump e a derrubada do IOF no Brasil.
▶️ A trégua entre Irã e Israel chegou ao terceiro dia, após os países confirmarem o fim do conflito. Investidores esperam que a paralisação seja duradoura e começam a mover o dinheiro para ativos mais arriscados.
▶️ O fim do prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump também se aproxima e retornam as preocupações com a guerra comercial. Washington só tem acordo firmado com o Reino Unido.
▶️ O mercado também acompanhou mais desdobramentos da pressão sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Nesta quarta-feira, o “The Wall Street Journal” reportou que Trump está ventilando a ideia de trocar o mandante do BC americano antes do fim do mandato de Powell.
Powell tem sido duramente criticado por Trump, que continua a pedir por cortes, em especial depois que o BC manteve as taxas inalteradas pela 4ª vez consecutiva na semana passada.
▶️ No Brasil, o mercado espera a resposta do gove no à derrubada do projeto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como mostrou o g1, a redução da arrecadação e a resistência do Congresso devem levar a novos cortes no Orçamento.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,52%;
Acumulado do mês: -2,88%;
Acumulado do ano: -10,13%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -0,98%;
Acumulado do mês: -0,92%
Acumulado do ano: +12,87%.
Guerra comercial e efeitos nos juros
Com a situação no Oriente Médio mais tranquila, o foco se volta agora para a guerra comercial causada por Donald Trump. A suspensão de 90 dias do tarifaço está prestes a expirar, e os investidores aguardam possíveis novos acordos por parte dos EUA.
🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode encarecer os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Isso pode resultar em uma desaceleração da economia dos EUA e até uma recessão global.
Diante disso, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, seguem no centro das atenções. Na terça, ele reiterou que aguardará novos estudos sobre os possíveis impactos do tarifaço de Trump na inflação dos EUA antes de tomar decisões sobre os juros.
“Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”, afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, ele reiterou o discurso ao Senado norte-americano.
A visão do presidente do Fed tem provocado duras críticas do presidente Donald Trump. Na terça, ele chamou Powell de “burro” e “teimoso” em suas redes sociais.
De olho no IOF
O Congresso Nacional derrubou nesta quarta-feira (25) o decreto presidencial que alterou as regras e aumentou a cobrança do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Desde o início, a proposta enfrentou forte resistência no Legislativo, mesmo com o governo tendo recuado parcialmente em alguns pontos.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluiu o projeto na pauta da noite de terça-feira (24) e acelerou a votação. O texto foi aprovado na Câmara por 383 votos a 98 e, horas depois, confirmado pelo Senado.
De acordo com a equipe econômica, a elevação do IOF era uma das principais apostas para fechar as contas públicas e perseguir a meta de déficit zero. Sem os decretos, a estimativa de arrecadação cai em R$ 10 bilhões.
Segundo especialistas ouvidos pelo g1, a decisão deve levar o governo a aplicar novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento 2025.
Segundo o blog do Camarotti, integrantes do próprio Palácio do Planalto avaliam que a derrota expressiva desta quarta-feira (26) no Congresso — com a derrubada dos decretos do IOF — foi resultado de uma articulação inédita entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A sintonia entre os dois surpreendeu o governo logo pela manhã da quarta, quando surgiram sinais de que o Senado votaria a queda do decreto ainda na mesma noite em que a Câmara.
A avaliação no governo é que a união entre Câmara e Senado fortalece o Legislativo não apenas nas negociações com o Planalto, mas também diante do Supremo Tribunal Federal. Tanto é que Motta e Alcolumbre querem comparecer juntos a audiência com o ministro Flávio Dino, do STF, sobre liberação de emendas parlamentares.
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters