Diretor da PF ataca ideia de criar agência para combate facções: ‘Já existe, é a PF’

Governo aumentará pena de bandido de facção criminosa
Diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues comentou nesta quarta-feira (27) sobre a proposta do governo federal de criar uma agência para combater facções criminosas. Ele rebateu a ideia e disse que este trabalho já é feito pela própria PF.
“Enquanto alguns, por interesses desconhecidos, querem criar uma nova agência para combater o crime organizado, a minha resposta é muito direta: essa agência já existe, ela é a Polícia Federal”, discursou, durante a posse do novo superintendente da corporação no Amapá.
A ideia apareceu dentro da proposta de um Plano Real da Segurança, como ficou conhecido dentro do Planalto o projeto de lei que traz uma série de mudanças para atacar grupos como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).
Entenda ‘Plano Real’ da Segurança, proposto pelo governo para combater facções criminosas
Houve recuo por parte do governo Lula (PT) justamente pela repercussão da proposta dentro da PF, que pressionou e fez com que a agência deixasse de existir mesmo antes de ser criada.
Rodrigues destacou que a PF “coordena ações em todo o Brasil, de maneira integrada com os nossos parceiros nas 27 unidades da federação” para impedir a atuação de grupos criminosos.
Plano Real da Segurança
O governo Lula (PT) prepara uma espécie de Plano Real para combater facções criminosas no país, como a proposta tem sido chamada internamente.
A ideia é se inspirar no Plano Real, responsável por resolver os graves problemas econômicos do país na década de 1990, e criar uma medida capaz por estancar a sangria na insegurança pública brasileira.
São tratados 12 pontos de mudanças, entre eles:
criação de um banco nacional para mapear grupos criminosos e seus integrantes e uma agência nacional para enfrentá-los;
aumentar as penas relacionadas a facções, como promover, criar ou financiar tais grupos;
mudar regras para punir os agentes públicos e as empresas que atuem em parceria com as facções;
e alterar a progressão de pena, que é o processo de reintegrar a pessoa presa à sociedade, para condenados que integrem tais grupos criminosos.
O governo trabalha com a segurança entre a prioridades das pautas no Congresso Nacional. Entre as medidas está a PEC da Segurança, aprovada em julho na Câmara dos Deputados, e que traz uma série de mudanças nas leis.
O texto foi aprovado em julho na Câmara dos Deputados, e que traz uma série de mudanças nas leis, assim como ocorre na proposta direcionada às facções criminosas.
Andrei Rodrigues (à dir.), diretor-geral da PF, e Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública (à esq.)
Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo