CNU 2025: governo anuncia que mulheres terão no mínimo 50% das vagas na 2ª fase

Ministra da Gestão, Esther Dweck, classificou a mudança como ‘a grande novidade’ da segunda edição do CNU. Medida iguala homens e mulheres para a 2ª fase, mas não significa reserva de vagas, como o caso de cotas para pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. A ministra da Gestão, Esther Dweck, em coletiva de imprensa que apresentou a 2ª edição do CNU
Adalberto Marques/Ministério da Gestão
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou nesta segunda-feira (30) que as mulheres terão no mínimo 50% das vagas garantidas para a segunda fase do Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como o “Enem dos Concursos”.
Segundo a ministra, essa igualdade entre homens e mulheres se aplicará apenas na transição da primeira para a segunda fase — ou seja, da prova objetiva para a discursiva. A regra, portanto, não assegura uma reserva de vagas para mulheres no resultado final do concurso.
“Não é uma reserva de vaga para mulheres, como é o caso de pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. Mas vamos fazer uma equiparação do percentual de mulheres que passam da primeira para a segunda etapa”, diz Dweck.
A ministra classificou a mudança como “a grande novidade” da segunda edição do CNU. A medida veio após o governo observar que, na primeira edição do concurso — e em outras seleções já realizadas — o percentual de mulheres aprovadas é menor do que o de inscritas.
🔎 Na primeira edição do CNU, cerca de 63% dos aprovados eram homens e 37%, mulheres. Esse número foi inverso ao dos inscritos confirmados, que era de 56% de mulheres e 44% de homens.
“Há duas coisas importantes na literatura: uma é a dupla ou tripla jornada [das mulheres]”, o que as prejudica nos estudos e gera desigualdade, diz Dweck. “Outra questão é o tipo de prova: a discursiva exige mais a bagagem da pessoa, anos de estudo, e não só o treino específico para a prova.”
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Como vai funcionar a equiparação?
O governo apresentou um exemplo de como será realizada a seleção para a segunda fase, de acordo com a nova regra. Para isso, foi utilizado um cargo hipotético com 20 vagas.
Nesse cenário, serão convocados para a prova discursiva candidatos em número equivalente a nove vezes o total de vagas, totalizando 180 pessoas.
De acordo com as regras, dessas 180 pessoas, 117 seriam de ampla concorrência (65%), e as outras 63 seriam candidatos cotistas (35%).
Caso as 117 pessoas da ampla concorrência sejam 65 homens e 52 mulheres, por exemplo, serão chamadas 13 mulheres a mais, igualando o total de homens e mulheres em 65 para cada.
Isso significa que todos os homens classificados serão chamados para a prova discursiva. Ou seja, não haverá exclusão de candidatos, mas sim a inclusão de mais mulheres para garantir a equiparação.
Segundo o governo, um cálculo semelhante será aplicado a cada cota, cargo e especialidade. A nota final do concurso continuará sendo composta pela soma das pontuações das provas objetiva, discursiva e de títulos (quando houver), válida para todos os candidatos.
Sobre o CNU
Ao todo, serão oferecidas 3.652 vagas em 36 órgãos federais, para cargos de nível médio, técnico e superior. As inscrições começam no dia 2 de julho e vão até 20 de julho. As provas objetivas serão aplicadas em 5 de outubro.
As oportunidades estão organizadas em nove blocos temáticos, que agrupam cargos por área de atuação semelhante (veja a lista completa abaixo).
Esse formato permite que o candidato dispute várias vagas dentro de um mesmo bloco, com apenas uma inscrição. Embora a maior parte das vagas esteja concentrada em órgãos com sede em Brasília (DF), também há postos em diversos estados do país.
📌 No buscador abaixo, confira o órgão responsável pela vaga, a formação exigida, o número de vagas disponíveis e a cidade de atuação.
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