Casos de hepatite A aumentam 54,5% em 2024 no Brasil, diz Ministério da Saúde

Casos de hepatite A aumentam 54,5% em 2024 no Brasil, diz Ministério da Saúde


Aumento significativo de casos entre adultos jovens refletem uma mudança no perfil do vírus no Brasil e são resultado do aumento das relações sexuais sem proteção, segundo ministério. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2024, a cada 100 mil habitantes, 1,7 foram diagnosticados com hepatite A no Brasil. O número representa um crescimento de 54,5% em relação a 2023, quando foi registrado um 1,1 a cada 100 habitantes.
No Brasil, entre 2000 e 2024, mais de 174 mil casos foram registrados. A justificativa para o aumento das incidências, segundo o ministério, é o aumento das relações sexuais sem proteção, o que ocasionou uma mudança no perfil de contaminação.
Em contrapartida, houve uma redução de mais de 90% nas incidências durante a infância (leia mais abaixo).
O boletim epidemiológico com os dados foi divulgado nesta terça-feira (8) pelo Ministério da Saúde.
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A hepatite A é uma infecção causada por vírus e transmitida principalmente por via fecal-oral, associada a más condições de higiene e saneamento ou de forma sexual.
A maioria dos casos foram registrados em entre adultos de 20 a 39 anos, sendo que 69,2% dos infectados são homens.
“O contato com o vírus não ocorre mais na infância, as pessoas estão se contaminando mais facilmente, mas por doenças sexualmente transmitidas”, afirma o Coordenador-Geral de Vigilância das Hepatites Virais, Mario Gonzalez.
De acordo o ministério, os estados passaram a ofertar obrigatoriamente a partir de julho de 2014, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças de 12 a 23 meses de idade.
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TV TEM/Reprodução
Em maio de 2025, o Ministério da Saúde passou a reforçar a oferta da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV como parte de uma estratégia ampliada de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo as hepatites virais.
Veja as capitais com maior incidência
Curitiba (PR): 31,3 casos por 100 mil habitantes
Campo Grande (MS): 17,2
Florianópolis (SC): 13,5
Porto Alegre (RS): 8,6
Belo Horizonte (MG): 7,2
Rio de Janeiro (RJ): 5,6
São Paulo (SP): 5,2
Diminuição dos casos em crianças
O Brasil registrou uma queda histórica nos casos de hepatite A entre crianças nos últimos dez anos. Segundo o Boletim, divulgado pelo Ministério da Saúde, a incidência da doença caiu 99,9% nas faixas etárias de 0 a 9 anos entre 2014 e 2024.
A redução é atribuída principalmente à inclusão da vacina contra hepatite A no calendário nacional de imunização infantil, a partir de 2014.
Desde então, o país tem garantido a aplicação da primeira dose em crianças de um ano de idade por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), alcançando altas coberturas vacinais na maioria dos estados.
“Essa queda expressiva mostra a eficácia da vacinação como ferramenta de saúde pública”, avalia o Ministério da Saúde no relatório. “Trata-se de uma mudança significativa no perfil epidemiológico da doença no Brasil”, diz o texto.
Em 2000, crianças menores de 10 anos respondiam por um quarto de todos os casos registrados no país. Com a ampliação do acesso à vacina e melhorias nas condições de saneamento e higiene, esse cenário se transformou.
Em 2024, os casos em menores de 10 anos se reduziram, enquanto a doença passou a afetar majoritariamente adultos jovens.