Cármen rejeita questionamentos das defesas dos réus e vota pela validade da delação de Cid

A ministra Cármen Lúcia
Evaristo Sá/AFP
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quinta-feira (11) as questões preliminares apresentadas contra o processo da trama golpista pelas defesas dos réus do núcleo crucial.
A magistrada também votou pela validade da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Com isso, o placar está 4 a 0 pela legalidade da colaboração de Cid.
A delação de Mauro Cid foi alvo de questionamentos das defesas dos réus do chamado núcleo crucial da trama golpista, composto por Jair Bolsonaro e sete aliados.
A colaboração foi fechada com a Polícia Federal, possibilidade já reconhecida pelo STF, e não com o Ministério Público Federal – o que é mais comum.
Além disso, os advogados das defesas afirmam, com base em áudios revelados pela imprensa, que Mauro Cid teria sido pressionado nos depoimentos prestados, o que já foi negado pelo próprio tenente-coronel e por seus advogados.
A delação de Mauro Cid contribuiu para as investigações sobre a trama golpista. Entretanto, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pede a condenação dos oito réus, não se baseou somente nas declarações do colaborador.
Os investigadores encontraram áudios, vídeos, gravações, documentos, minutas de golpe de Estado, anotações dos réus, entre outras provas.
Outras preliminares rejeitadas
Cármen Lúcia também rejeitou preliminares, apresentadas pelos advogados, sobre suposta parcialidade e suspeição do ministro Alexandre de Moraes para relatar o caso.
Ressaltou que o que se vota, no plenário, geralmente é aplicado na Turma.
Também reafirmou a competência do STF e da Primeira Turma para julgar o caso, contrariando o entendimento de Luiz Fux, que avaliou que a Corte não deveria analisar o caso, uma vez que os réus não têm foro privilegiado.
Também divergindo de Fux, Cármen afirmou que não houve o cerceamento de defesa, alegado pelos advogados dos réus, que dizem que não tiveram tempo para analisar todos os documentos do processo.
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