Após megaoperação no RJ com dezenas de mortos, Gleisi critica ações ‘decididas isoladamente por governos locais’
Megaoperação no Rio: Ministério da Justiça diz que tem atendido a todos pedidos do governo estadual
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (28) que a megaoperação no Rio de Janeiro que deixou ao menos 64 pessoas mortas deixou evidente a “necessidade de articulação entre forças de segurança”, “não apenas fornecendo armas, equipamentos e tropas para operações decididas isoladamente por governos locais”.
Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que o governo federal negou ajuda para operações policiais no RJ e que, por isso, o estado “estava sozinho” na ação desta manhã nos complexos do Alemão e da Penha.
“Tivemos pedidos negados 3 vezes: para emprestar o blindado, tinha que ter GLO, e o presidente [Lula] é contra a GLO. Cada dia uma razão para não estar colaborando”, reclamou Castro.
Depois da crítica pública ao governo do presidente Lula, Castro ligou para a ministra Gleisi para dizer que em nenhum momento teve a intenção de criticar o presidente Lula.
Segundo apurou o blog do Valdo Cruz, o governador disse que procurou explicar que havia solicitado empréstimo de blindados, mas não teve seus pedidos autorizados por falta de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
O governador disse ter sido informado que um pedido oficial de GLO não foi realizado e que, sem a solicitação, como ele mesmo explicou, não é possível liberar o blindado.
🔎A Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é uma operação prevista na Constituição que autoriza o uso das Forças Armadas em ações de segurança pública em situações excepcionais, quando há esgotamento das forças policiais estaduais. Nesses casos, Exército, Marinha e Aeronáutica passam a atuar com poder de polícia, de forma temporária e sob comando do presidente da República, para restabelecer a ordem e proteger pessoas e patrimônios.
Após a conversa com Castro, Gleisi fez uma publicação nas redes sociais sobre na tarde desta terça-feira (28). Na postagem, a ministra defendeu a PEC da Segurança Pública proposta pelo governo federal para fortalecer a articulação entre União e estados no combate ao crime organizado.
“Os violentos episódios desta terça-feira no Rio, com dezenas de mortes, inclusive de policiais, bloqueio de rodovias e ameaças à população, ressaltam a urgência do debate e aprovação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional”, escreveu.
“Ficou mais uma vez evidente a necessidade de articulação entre forças de segurança no combate ao crime organizado. E o fortalecimento da Polícia Federal e outras forças federais no planejamento e na execução das ações conjuntas, não apenas fornecendo armas, equipamentos e tropas para operações decididas isoladamente por governos locais. Também ficou demonstrada a necessidade de que as ações sejam precedidas de operações de Inteligência, inclusive inteligência financeira, para que obtenham sucesso, como vimos na Operação Carbono Oculto”, disse a ministra.
