Apoiadores de Bolsonaro fazem atos no 7 de Setembro para pedir anistia a condenados por atos golpistas

Apoiadores de Bolsonaro fazem ato em Copacabana
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram neste domingo (7), feriado da Independência, em diversas cidades do país para pedir anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Bolsonaro está em prisão domiciliar e não pode participar de eventos públicos. Na terça-feira (9), o Supremo Tribunal Federal vai retomar o julgamento em que ele pode ser condenado por golpe de Estado e mais quatro crimes. Se for condenado, as penas podem somar até 43 anos de prisão.
No Rio de Janeiro, os manifestantes se reuniram na praia de Copacabana com cartazes e bandeiras em favor da anistia e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Houve também palavras de ordem contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro.
Aliados do ex-presidente discursaram no carro de som, entre eles o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho mais velho, o governador Cláudio Castro e o deputado Alexandre Ramagem, que também é réu no STF por golpe de Estado.
Manifestantes realizam ato pró-Bolsonaro e em favor da anistia em São Luís
Em São Luís, no Maranhão, os manifestantes fizeram uma motociata e uma carreata. Com bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos, pediram anistia para o ex-presidente e para envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Em Brasília, as mensagens pediam anistia e novas medidas dos Estados Unidos como forma de pressionar o STF.
Em Uberlândia (MG), manifestantes exibiram cartazes com críticas ao presidente Lula e ao ministro Moraes. Em Juiz de Fora (MG), na antiga Praça do Riachuelo, o grupo também pediu anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Cartaz levado por manifestante em ato de partidos de direita no 7 de Setembro, em Brasília
Afonso Ferreira/TV Globo
Julgamento no STF e discussão de anistia no Congresso
Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O julgamento deve ser concluído até a próxima sexta (12).
Bolsonaro está em prisão domiciliar por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Em paralelo, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade.
O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também está endossando a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.
Não se sabe ainda qual texto seria votado. Um dos pontos em discussão é o alcance da possível anistia: se ela valeria apenas para quem já foi condenado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se alcançaria também o ex-presidente e seus aliados que estão sendo julgados no STF.
Aliados mais próximos de Bolsonaro querem uma anistia geral. O Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas de golpistas condenados, sem que haja a anulação.
O governo é contra votar qualquer proposta de anistia, e o presidente Lula pediu mobilização social para barrá-la.