‘Antes era um atentado contra a democracia, agora é um atentado à economia’, afirma Alckmin sobre Bolsonaro e tarifaço de Trump

‘Antes era um atentado contra a democracia, agora é um atentado à economia’, afirma Alckmin sobre Bolsonaro e tarifaço de Trump


A declaração desta quarta (10) ocorreu depois do anúncio de tarifas de 50% feitas por Donald Trump. Vice-presidente ainda fez apontamentos sobre a atuação do ex-presidente enquanto ocupava o cargo. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10), no Palácio do Planalto.
Reprodução/TV Globo
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou nesta quarta-feira (10) que Jair Bolsonaro e seus aliados cometeram um “atentado à economia” após já terem promovido um “atentado à democracia”. A declaração veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
“Antes era um atentado à democracia, agora é um atentado a economia, prejudicando as empresas e prejudicando os empregos”, disse.
Em conversa com a imprensa, Alckmin ainda fez apontamentos sobre a atuação do ex-presidente enquanto ocupava o cargo.
“Nós já constatávamos que o clã Bolsonaro trabalhou contra o interesse do país e do povo brasileiro. Se nós formos verificar, na saúde, mais de 700.000 mortos na COVID, três vezes a média mundial pelo negacionismo e o a campanha vacina. Ponto de vista de infraestrutura, uma negação total num país continental como é o Brasil. No ponto de vista do meio ambiente, o maior desmatamento, o que ia comprometer também o agro, o agro, porque ia dificultar as exportações brasileiras”, comentou.
Em sua carta de anúncio das tarifas brasileiras, Donald Trump classifica “a forma como o Brasil tem tratado” o ex-presidente como “vergonha internacional”. “Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”
Carta de Trump: leia íntegra do texto, que alega motivos políticos e comerciais para tarifa de 50% ao Brasil
Bolsonaro, no entanto, é réu por tentativa de golpe de Estado em um processo que obedeceu todos os ritos da Constituição brasileira.
Reação de Lula
Presidente Lula fala ao Jornal Nacional sobre tarifas anunciadas por Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou a decisão de Trump como “inadmissível”, disse que vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e que, caso a medida se confirme, está disposto a utilizar a reciprocidade.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, o presidente disse que a vinculação do aumento nos impostos a questões judiciais internas do Brasil – Trump relacionou a medida às ações em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro – é algo que “um ser humano e um governo não pode admitir”.
“É inaceitável que o presidente Trump manda uma carta, sabe, pelo site dele, sabe, e começa dizendo que é preciso, sabe, acabar com a caça as bruxas. Isso é inadmissível. Primeiro, porque isso aqui tem Justiça e a gente está fazendo um processo com direito a presunção de inocência de quem é vítima. Se quem é vítima e cometeu um erro vai ser punido. Aqui no Brasil é punido”, disse o presidente.
Lula disse que não vai perder a calma sobre o tema, mas que o país está disposto a aplicar contramedidas previstas na chamada Lei de Reciprocidade.