Análise: Tarifaço intoxicou oposição e associação a Bolsonaro no episódio desgastou Tarcísio, avalia diretor da Quaest
Pesquisa da Genial/Quaest divulgado nesta quinta-feira (21) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a abrir distância em relação aos principais nomes da oposição. O petista lidera todos os cenários de primeiro turno e, no segundo, ampliou a vantagem sobre adversários como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro (PL).
Na avaliação do diretor da Quaest, Felipe Nunes, a oposição ficou “intoxicada”pelo tarifaço, que elevou a percepção negativa sobre políticos alinhados ao ex-presidente Bolsonaro. Um dos principais prejudicados é Tarcísio, de quem Lula de descolou nessa pesquisa.
Na pesquisa anterior, em julho, o governador de São Paulo estava em empate técnico no limite da margem de erro, viu sua desvantagem dobrar de 4 para 8 pontos percentuais.
“Pela primeira vez, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, passa a ser o nome mais forte da oposição em um eventual segundo turno contra Lula (43 x 35 = 8 pts). Mesmo sendo o nome mais competitivo da direita, Tarcísio também sofreu desgaste pela associação a Bolsonaro no tarifaço. A vantagem de Lula sobre ele subiu de 4 para 8 pontos entre julho e agosto”, disse Nunes.
Nos cenários regionais, o governador de São Paulo venceria Lula por ampla margem em seu estado (17 pontos de vantagem), além de Goiás (15 pontos), Paraná (14) e Rio Grande do Sul (5). Mas seria derrotado por larga diferença no Nordeste: perderia por 42 pontos na Bahia e 39 em Pernambuco.
Nos cenários regionais, o governador de São Paulo venceria Lula por ampla margem em seu estado (17 pontos de vantagem), além de Goiás (15 pontos), Paraná (14) e Rio Grande do Sul (5). Mas seria derrotado por larga diferença no Nordeste: perderia por 42 pontos na Bahia e 39 em Pernambuco.
A pesquisa Quaest ouviu 12.150 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto — antes do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e do seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.
Bolsonaro perde terreno
Bolsonaro, que em eleições anteriores teve forte desempenho em São Paulo, agora aparece empatado com Lula no estado. O contraste é marcante em relação a 2018, quando abriu 30 pontos de vantagem sobre Fernando Haddad, e a 2022, quando superou o petista por 10 pontos.
Michelle Bolsonaro, também testada, viu a distância em relação a Lula crescer: de 7 para 13 pontos. Seu melhor desempenho seria em Goiás, onde venceria por 15 pontos, mas o empate em SP e MG inviabiliza chances de vitória, diante do peso eleitoral do Nordeste.
Outros nomes também recuam
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), que vinha tentando se manter distante da polêmica do tarifaço, também registrou queda: Lula abriu 10 pontos de vantagem sobre ele. Seu ponto forte continua sendo o eleitorado paranaense, onde venceria por 54 pontos.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sofreu a pior oscilação negativa. Em julho, estava 10 pontos atrás de Lula; agora, a diferença subiu para 15. Nem mesmo a intensa atuação nos Estados Unidos trouxe ganhos eleitorais. Ele só venceria o presidente em Goiás e no Paraná, empatando em estados-chave como SP, MG, RJ e RS, e sendo derrotado no Nordeste.
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, também piorou. A diferença, que era de 9 pontos, aumentou para 14. Apesar disso, mantém trunfo importante: em Minas, venceria Lula por 13 pontos. Mas o empate em São Paulo e a derrota no Rio dificultam seus planos nacionais.
Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, foi outro impactado pelo tarifaço. Nacionalmente, Lula abriu 16 pontos sobre ele. O desempenho expressivo continua restrito ao estado que governa, onde venceria Lula por mais de 50 pontos.
Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), testado pela primeira vez, aparece 16 pontos atrás do presidente.
Lula melhora rejeição
O levantamento mostra que, pela primeira vez no ano, a rejeição a Lula caiu, ao mesmo tempo em que seu potencial de voto aumentou. Entre os opositores, ocorreu o oposto: a rejeição cresceu e o potencial de voto permaneceu estável.
Ainda assim, o cenário segue polarizado. Mais da metade dos entrevistados (58%) acredita que Lula não deveria ser candidato, enquanto 65% defendem que Bolsonaro desista de disputar em 2026.