Análise: Pesquisa mostra efeito negativo do tarifaço de Trump para Bolsonaro e Tarcísio em 2026, avalia diretor da Quaest

Análise: Pesquisa mostra efeito negativo do tarifaço de Trump para Bolsonaro e Tarcísio em 2026, avalia diretor da Quaest


Eleição 2026: Lula lidera em todos os cenários de 1º turno, diz Quaest
A pesquisa Quaest de intenção de votos para a eleição de 2026 mostra o impacto negativo que a associação ao tarifaço de Donald Trump teve sobre as pretensões eleitorais de Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), avalia Felipe Nunes, diretor da Quaest.
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O levantamento mostrou que Lula passou a vencer Bolsonaro e todos os outros candidatos, com a exceção de Tarcísio, num eventual segundo turno, e que a vantagem do petista sobre o governador de São Paulo caiu.
“As simulações de segundo turno mostram os efeitos negativos da associação de Bolsonaro ao tarifaço de Trump contra o Brasil. Na pesquisa anterior, ele e Lula estavam numericamente empatados, com 41% cada. Agora, Lula abriu 6 pontos de vantagem”, diz Nunes.
“Mas não foi só o ex-presidente que sentiu os efeitos do tarifaço americano. Em maio/25, o governador de São Paulo estava a apenas 1 ponto de Lula. Agora, oscilou negativamente e aparece 4 pontos atrás — ainda em empate técnico, no limite da margem de erro.”
Para Nunes, o tarifaço foi ruim também para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro que, com Tarcísio, lidera como nome alternativo a Bolsonaro (inelegível) para a disputa de 2026. Na pesquisa divulgada em junho, ela estava empatada tecnicamente com Lula. Agora, oscilou três pontos para baixo (dentro da margem de erro), e chegou a 36% ante os 43% de Lula.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem atuado nos Estados Unidos em favor de sanções contra o Brasil, continua perdendo de Lula num eventual segundo turno.
“Apesar da visibilidade internacional com o tarifaço de Trump, Eduardo Bolsonaro não converteu o protagonismo em ganhos eleitorais. Seu desempenho segue o mesmo de um mês atrás, e Lula mantém vantagem confortável em um eventual segundo turno contra ele: 43% a 33%.
Eduardo, entretanto, viu seu nome oscilar quatro pontos para cima, no limite da margem de erro, quando o eleitor é perguntado sobre quem deve ser o substituto de Jair Bolsonaro em 2026, enquanto Tarcísio e Michelle oscilaram para baixo, embora ainda liderem.
Nunes aponta que a variação ocorreu graças a uma melhora do desempenho de Eduardo entre os eleitores que se consideram bolsonaristas. A torcida pelo nome do deputado licenciado nesse grupo foi de 10% para 22%, uma variação no limite da margem de erro do segmento, que é de seis pontos.
“Foi a Michelle quem mais perdeu torcida bolsonarista nesse período”, diz Nunes. A ex-primeira-dama foi de 44% para 33%, uma variação dentro da margem de erro.


A pesquisa Quaest foi encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre os dias 10 a 14 de julho. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, em 120 municípios do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.