Alcolumbre culpa governo por derrota e vai deixar CPMI do INSS seguir normalmente, dizem aliados

Alcolumbre culpa governo por derrota e vai deixar CPMI do INSS seguir normalmente, dizem aliados


Aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmam que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura desvios na Previdência Social vai seguir os trabalhos normalmente, mesmo com a reviravolta desta quarta-feira (20), que colocou o senador Carlos Viana (Podemos-MG) no comando do colegiado.
Após uma mobilização da oposição, Viana venceu o senador Omar Aziz (PSD-AM), nome escolhido por Alcolumbre e apoiado pelo governo, por 17 votos a 14.
Na visão de interlocutores de Alcolumbre, o presidente do Senado “segurou” a comissão desde o início de maio, quando a oposição reuniu assinaturas suficientes para a criação do colegiado. Tempo considerado suficiente para o governo se articular. Agora, avaliam que não há mais nada a ser feito.
“É uma derrota do governo. Davi segurou por quase quatro meses [a CPMI]. O governo teve quatro meses para se articular e perdeu”, avaliou uma pessoa próxima a Alcolumbre. “Davi fez os gestos suficientes e, mesmo assim, o governo não teve articulação”, acrescentou.
Oposição derrota governistas e elege presidente da CPI mista do INSS
Ainda de acordo com pessoas próximas ao amapaense, o resultado desta quarta pegou a todos de surpresa no lado governista. Alcolumbre, por sua vez, confiava nos movimentos capitaneados pelo Palácio do Planalto.
Membros da oposição, que encabeçaram a criação da CPI mista, criticaram a escolha de Omar Aziz pelo presidente do Senado e negociaram o lançamento de uma candidatura alternativa.
Sem acordo, a eleição, que tradicionalmente ocorre de forma simbólica, precisou ser realizada nas cabines de votação. Carlos Viana, então, foi eleito.
Após o resultado, Viana ainda decidiu rejeitar a indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para a relatoria do colegiado e escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) para a função.
Presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (União-AP), conduz sessão do Senado em 16 de julho de 2025.
Jefferson Rudy/Agência Senado