Alckmin: apesar de demanda de empresários, governo não planeja pedir adiamento de tarifaço de Trump e quer ‘resolver problema’

O governo brasileiro não planeja pedir ao governo americano que adie a entrada em vigor das tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump às exportações brasileiras para os Estados Unidos. A previsão é de que os novos impostos sejam aplicados em 1º de agosto.
Alckmin se reúne com indústria e agro para discutir alternativas ao tarifaço de Trump: ‘Trabalharmos para reverter’
“Pudemos ouvir deles e reiterar o compromisso do diálogo, que é o compromisso do presidente Lula de promover o diálogo e trabalharmos juntos para reverter este quadro. Houve uma colocação que o prazo é exíguo, pedido um prazo maior. A ideia do governo não é pedir que o prazo seja extendido, mas é procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver nos próximos dias”, disse Alckmin.
Ao ser perguntado sobre o setor de perecíveis, o vice-presidente admitiu que é um segmento delicado e, inclusive, adicionou que a produção embarcada também é uma “questão importante e urgente”.
A informação foi dada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, após reunião com empresários de setores especialmente atingidos pelas tarifas nesta terça-feira (15). Foram duas rodadas de conversa, uma com a indústria pela manhã e outra com exportadores do agronegócio à tarde.
Pelo governo federal, participaram da segunda reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil), ministra-substituta embaixadora Maria Laura da Rocha (Relações Exteriores); Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária); Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais (Relações Institucionais), André de Paula (Pesca e Aquicultura)e Laércio Portela (Secretaria de Comunicação Social). Secretários das pastas também acompanharam a discussão.
Demandas empresariais
Segundo apurou o blog da Ana Flor, nas reuniões com o governo, empresários de setores da indústria e da agricultura pediram que o governo federal não utilize a Lei de Reciprocidade sem antes negociar ampliar o prazo da entrada de vigor das novas tarifas dos Estados Unidos.
O g1 apurou que o governo brasileiro aposta, no entanto, na negociação e em reforçar o diálogo com representantes americanos para tentar revisar as medidas sem pedir um novo prazo para as tarifas. E acredita que a pressão de empresários do lado americano – como a manifestada pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos nesta terça – pode ajudar a convencer o governo Trump a mudar de ideia.
Alckmin informou que amanhã se reunirá com as câmaras de comércio entre Brasil e Estados Unidos e com outros setores também afetados, como a indústria química e de softwares, além de representantes de cooperativas, confederações patronais e centrais sindicais.
Tarifaço
O tarifaço foi informado por Trump em carta enviada a Lula no último dia 9. O presidente americano justificou a aplicação de um imposto de 50% às vendas de produtos brasileiros para os EUA mencionando a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e um suposto déficit no comércio entre os dois países.