Censo: pela primeira vez, menos da metade das famílias do país são formadas por casais com filhos

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O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que, pela primeira vez, menos da metade das famílias do país são formadas por casais com filhos. Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família”, divulgados nesta quarta-feira (5).
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Em 2000, 56% das famílias vivendo no Brasil eram compostas por casais com filhos. O número caiu para 49,4% em 2010, no levantamento feito antes do Censo de 2022. A queda foi superior a 14 pontos em duas décadas.
Segundo o IBGE, as famílias brasileiras no Censo 2022 são compostas por:
Casal com filhos: 42% (eram 49,4% em 2010);
Casal sem filhos: 24,1% (eram 17,7%);
Mulher sem cônjuge com filhos: 13,5% (eram 12,2%);
Outro: 7,7% (eram 6,3%);
Mulher sem cônjuge com filhos e com parentes: 3,8% (eram 4%);
Casal com filhos e com parentes: 3,4% (eram 5,5%);
Casal sem filhos e com parentes: 2,8% (eram 2,5%);
Homem sem cônjuge com filhos: 2% (eram 1,8%);
Homem sem cônjuge com filhos e com parentes: 0,6% (era 0,6%).
Em duas décadas, as famílias integradas por um casal sem filhos foram a composição que mais cresceu: de 13% para 24,1%.
Entre os dados, os núcleos familiares formados por mulheres sem cônjuge e com filhos subiu de 11,6% em 2000 para 13,5% na pesquisa atual, que indica 7,8 milhões de mulheres nesta situação.
O percentual de homens sem cônjuge e com filhos subiu de 1,5% para 2,0% no mesmo período, com 1,2 milhão de registros.
O IBGE ressalta que os números se baseiam nas informações fornecidas pelos próprios moradores e não representam uma comprovação legal das uniões. Segundo o instituto, as respostas podem refletir percepções pessoais e incluir interpretações equivocadas ou erros de preenchimento.
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Outros dados sobre nupcialidade e família
Na divulgação desta quarta, o IBGE também apresentou outros dados sobre estrutura familiar e união conjugal. Veja os destaques abaixo:
O número de pessoas morando sozinhas triplicou: de 4,1 milhões (2000) para 13,6 milhões (2022) — quase 1 em cada 5 domicílios.
Em 2022, 51,3% da população com 10 anos ou mais vivia em união conjugal — aumento em relação a 2010 (50,1%) e 2000 (49,5%).
Santa Catarina (58,4%), Rondônia (55,4%) e Paraná (55,3%) registraram os maiores percentuais de pessoas em união; Amapá (47,1%), Distrito Federal (47,7%) e Amazonas (48,1%), os menores.
A proporção dos que nunca viveram em união caiu de 38,6% (2000) para 30,1% (2022). Já os que não vivem, mas já viveram em união subiram de 11,9% para 18,6%.
