Dólar abre em alta com atenção voltada à inflação dos EUA e julgamento de Bolsonaro

Dólar abre em alta com atenção voltada à inflação dos EUA e julgamento de Bolsonaro


Expectativa cresce pelo voto de Cármen Lúcia no julgamento
O dólar iniciou a sessão desta quinta-feira (11) em alta. Por volta das 9h10, a moeda americana avançava 0,21%, cotada a R$ 5,418. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
As atenções dos investidores estarão divididas na sessão de hoje. Do ponto de vista econômico, novos dados sobre a inflação nos Estados Unidos serão divulgados e devem influenciar as expectativas em relação a possíveis cortes na taxa de juros.
No campo político, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro — e a possibilidade de sua condenação e possíveis retaliações do governo americano — continuam no radar dos investidores.
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▶️ Nos EUA, será divulgado o índice de preços ao consumidor de agosto. Esse número ajuda a indicar se o banco central americano (Federal Reserve) pode reduzir ou manter os juros. Também será publicada a quantidade de novos pedidos de seguro-desemprego, usada para acompanhar como anda o emprego no país.
▶️ No Brasil, o foco está em mais uma etapa do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado. O voto da ministra Cármen Lúcia está previsto para as 14h.
Dois ministros já se posicionaram pela condenação de todos os acusados: Alexandre de Moraes, relator do processo, e Flávio Dino. Por outro lado, o ministro Luiz Fux apresentou uma opinião diferente, sugerindo a absolvição parcial ou total — no caso de Bolsonaro, por exemplo, ele avaliou que não há provas suficientes para condená-lo.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,11%;
Acumulado do mês: -0,28%;
Acumulado do ano: -12,51%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,18%;
Acumulado do mês: +0,68%;
Acumulado do ano: +18,38%.
Julgamento de Bolsonaro
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quarta-feira (10) o julgamento da chamada trama golpista. Após os votos do relator, o ministro Alexandre de Moraes, e do ministro Flávio Dino, que votaram pelas condenações dos réus, hoje foi a vez do ministro Luiz Fux.
Nesta quarta-feira, Fux descartou o crime de organização criminosa, votou pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos demais sete réus da acusação do crime de organização criminosa, e defendeu a nulidade da ação penal por entender que o STF não é a corte adequada para julgar o caso.
“A Constituição da República delimita de forma precisa a restrita a hipótese que nos cabe atuar originariamente no processo penal. Trata-se, portanto, de competência excepcionalíssima, tal atribuição aproxima o Supremo dos juízes criminais de todo o país”, afirmou Fux.
O ministro ainda mencionou que a imputação do crime exige mais do que reuniões, a pluralidade de agentes e a existência de um plano delitivo.
Luiz Fux foi o terceiro ministro a votar no julgamento sobre tentativa de golpe de Estado. Até o momento, o placar está 2 a 0 pela condenação de Bolsonaro e aliados.
Em meio a isso, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse ontem que o governo de Donald Trump está disposto a “usar meios militares” para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo” em referência a uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, a porta-voz disse também que, no momento, “não há nenhuma ação adicional” contra o governo brasileiro.
A Embaixada dos EUA no Brasil repostou a fala de Leavitt.
Sem citar os EUA, o Itamaraty publicou uma nota condenando “o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força” contra a democracia brasileira.
Bolsas globais
Em Wall Street, os investidores estão cautelosos, à espera da divulgação do dado sobre a inflação ao consumidor. Esse número pode ser decisivo para que o banco central americano reduza os juros na próxima semana.
A expectativa vem após uma queda inesperada na inflação ao produtor e sinais de desaceleração no mercado de trabalho — o que aumenta a chance de uma mudança na política monetária e ao início do corte nos juros americanos.
Com os mercados ainda fechados, os índices futuros apontam leve alta: o Dow Jones Futuro sobe 0,16%, o S&P 500 Futuro avança 0,18% e o Nasdaq Futuro registra alta de 0,28%.
Na Europa, os mercados começaram o dia em alta, com os investidores atentos à decisão do banco central europeu sobre os juros. O clima é de expectativa, e os negócios seguem com variações moderadas entre os principais países da região.
Às 8h45 (horário de Brasília), o índice geral da Europa, STOXX 600, subia 0,29%. Em Londres, o FTSE avançava 0,47%; em Paris, o CAC-40 ganhava 0,90%; em Milão, o FTSE/MIB subia 0,43%; em Madri, o Ibex-35 tinha alta de 0,14%; e em Lisboa, o PSI20 valorizava 0,18%. Já em Frankfurt, o DAX recuava 0,16%.
Na Ásia, os mercados fecharam com resultados mistos. Na China, o otimismo com avanços em tecnologia, especialmente inteligência artificial, impulsionou os índices, apesar de preocupações com possíveis restrições dos EUA a medicamentos chineses. Esse equilíbrio entre esperança e cautela marcou o comportamento dos investidores na região.
O índice de Xangai subiu 1,65%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, avançou 2,31%. Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 1,22%. Já em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,43%. Outros destaques incluem Seul (+0,9%), Taiwan (+0,09%), Cingapura (+0,22%) e Sydney, que registrou queda de 0,29%.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters