Peso argentino derrete mais de 27% frente ao dólar e lidera perdas em 2025

O presidente da Argentina, Javier Milei, em foto de maio de 2024
Violeta Santos Moura/Reuters
O peso argentino é a moeda com o pior desempenho em relação ao dólar em 2025. Segundo levantamento de Einar Rivero, da Elos Ayta, a moeda já acumula uma desvalorização de 27,4% frente ao dólar norte-americano até a última segunda-feira, 8 de setembro. Veja a lista de moedas ao final desta reportagem.
Segundo Rivero, a perda da moeda em relação ao dólar reflete uma combinação de fatores, como a inflação elevada, a falta de confiança de investidores e a dificuldade que o país tem demonstrado de tentar estabilizar a sua economia.
Na véspera, por exemplo, o peso argentino registrou uma desvalorização de mais de 4%, cotado a 1.423 por dólar, após o governo de Javier Milei ser derrotado nas eleições legislativas de Buenos Aires. Esse foi o primeiro grande teste eleitoral do presidente argentino, que ainda sente os efeitos da denúncia de corrupção envolvendo sua irmã.
A província de Buenos Aires é a mais importante do país, responsável por 40% dos eleitores, e a derrota — considerada mais significativa do que o previsto — afetou de forma imediata os ativos locais.
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Ainda segundo o levantamento da Elos Ayta, dentre as 27 moedas analisadas, apenas cinco marcam desvalorização em 2025:
Peso argentino (-27,4%)
Lira turca (-14,35%)
Rúpia indiana (-2,84%)
Rúpia indonésia (-1,75%)
Dólar de Hong Kong (-0,39%)
O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes pelo mundo, registrou uma desvalorização de 10,18% na mesma base de comparação.
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Real brasileiro está no Top 5
Na outra ponta, o real brasileiro está entre as cinco moedas analisadas que mais se fortaleceram em relação ao dólar neste ano, com um ganho de 14,08% na mesma relação.
A moeda brasileira perde apenas para o rublo russo (+33,99%), a coroa sueca (+17,84%) e o franco suíço (+15,19%).
“O dado do Brasil chama atenção. Mesmo com desafios fiscais e políticos, o real conseguiu se valorizar de forma expressiva, impulsionado pelo ingresso de capital estrangeiro e pelos juros ainda elevados, que tornam a renda fixa local mais atraente para investidores”, afirmou Rivero em nota oficial.
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