Metanol no combustível pode corroer peças e causar falhas no motor; veja os riscos

Motor da Ford Maverick Tremor 2026
Fabio Tito/g1
A fraude envolvendo combustíveis motivou uma megaoperação que aponta o PCC como um dos responsáveis pela adulteração de etanol e gasolina. Especialistas ouvidos pelo g1 alertam para os riscos graves que o metanol representa aos veículos.
“O principal problema é a corrosão das peças que entram em contato direto com o produto”, explica Tenório Júnior, técnico e professor de mecânica automotiva.
O metanol é um componente químico utilizado como parte do biodiesel, mas pode causar sérios problemas em veículos movidos a gasolina ou etanol.
“Antes mesmo de estragar as partes do motor, o metanol acaba queimando a bomba de combustível. Se a pessoa rodar com esse produto, que é corrosivo, tem carro que não aguenta andar nem durante um tanque”, explica Bruno Bandeira, mecânico e proprietário da Oficina Mecânica Na Garagem.
Tenório afirma que o metanol contém elementos que são corrosivos e podem danificar peças que têm contato direto com o combustível.
Bruno e Tenório apontam que alguns carros podem suportar o metanol presente no tanque de combustível, corroendo diretamente os seguintes itens:
Bicos injetores;
Flauta de combustível;
Câmara de combustão;
Guia de válvulas;
Bomba de baixa pressão;
Bomba de alta pressão.
Com o tempo, o motor que sofre com a contaminação do combustível pode até não ligar. “Tem carro que, pela manhã, nem liga. Pelo combustível, ele trava onde fica a haste de válvula do cabeçote. O metanol cria uma goma”, revela Bruno.
O mecânico aponta também que a bomba de alta pressão passa por compressão, fazendo com que componentes internos dela girem “muito mais forte e come, chega a sumir”.
*Essa reportagem está em atualização