Congresso instala comissão da MP da tarifa social de energia, que precisa ser votada até 17 de setembro para não perder validade

Congresso instala comissão da MP da tarifa social de energia, que precisa ser votada até 17 de setembro para não perder validade


Instalada nesta terça-feira (26), a comissão que analisará a Medida Provisória (MP) que amplia a tarifa social de energia elétrica terá de correr contra o tempo: o prazo para votação da proposta no Congresso termina em 17 de setembro.
O colegiado será presidido pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) e terá como relator o deputado Fernando Coelho Filho (União-PE). Segundo Braga, o relatório será “enxuto” e deve ser apresentado até a próxima semana.
“A ideia é que já na semana que vem tenhamos votação em plenário na Câmara para, na semana seguinte, o Senado sacramentar”, afirmou o senador.
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Benefício social
A MP foi enviada ao Congresso em maio. De acordo com o governo, 55 milhões de brasileiros terão direito a desconto e 60 milhões à isenção total da conta de luz.
A ampliação da tarifa social é o ponto pacífico entre os parlamentares. Outros dispositivos da medida provisória enfrentam resistência. “De onde sairá dinheiro para tudo isso?”, questionou um congressista, sob reserva.
Senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da reforma tributária
Reprodução
Ponto de atrito: CDE
Uma das discussões mais sensíveis é sobre a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que financia políticas públicas do setor e é paga na tarifa pelos consumidores. O orçamento da CDE em 2025 é de R$ 49,2 bilhões.
Para Braga, a ampliação da tarifa social é uma “questão que precisa ser resolvida”.
“As outras, sem nenhuma perda, poderão ser absorvidas na MP1.304 e MP1.307, que nós teremos mais tempo para debater e mais tempo, inclusive, para construir uma maioria e não cometer nenhuma precipitação em um setor tão estratégico”, disse Braga, em referência a outras propostas do governo que também aguardam análise do parlamento. 
Uma delas estabelece um teto para o financiamento de políticas públicas do setor que seriam custeadas pelo consumidor final, a chamada Conta do Desenvolvimento Energético (CDE). Para Braga, a CDE é uma das “questões mais explosivas” do setor elétrico brasileiro e precisa de atenção. Neste ano, o orçamento da CDE é de R$49,2 bilhões.
O g1 apurou que, além de tarifa social de energia elétrica, temas técnicos que visam fortalecer a implementação das tarifas também podem ser incluídos no relatório. Já a abertura do mercado livre de energia deve ser discutida em outra MP correlata.
Segurança jurídica
O senador também demonstrou preocupação com a possibilidade de a MP caducar. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que, mesmo nesse caso, o benefício seria mantido até o fim do ano. Braga discorda.
“Falta segurança jurídica, porque a resolução da Aneel vincula a MP 1.300. Se caducasse, a resolução perderia eficácia e teríamos um ato jurídico imperfeito, atingindo milhões de brasileiros. Essa responsabilidade é do Congresso Nacional”, disse.