Câmara vai ter apoio maciço para votar projeto de proteção de crianças nas redes, diz Motta

Câmara vai ter apoio maciço para votar projeto de proteção de crianças nas redes, diz Motta


Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Apesar da posição contrária do PL de Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse ao blog que o projeto de proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais terá apoio “maciço” e “majoritário” para votar a urgência e o mérito da proposta.
“Vamos ter um apoio maciço e majoritário para votar na terça-feira a urgência e o mérito na quarta-feira dos deputados, esse é um tema urgente”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados.
O PL promete obstruir a votação e quer mais tempo para votar a proposta, relatada pelo deputado Jadyel Alencar (Rep-PI).
Segundo o relator, o projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já foi debatido inclusive com as big techs e há um entendimento de que ele está pronto para ser votado.
Avanço das ferramentas de inteligência artificial aumenta riscos da exposição de imagens de crianças nas redes
O tema da adultização das crianças ganhou apoio depois que o influenciador Felca mostrou como os algoritmos das redes sociais acaba influenciando a exploração de crianças e adolescentes, principalmente por pedófilos, intensificando o debate sobre a necessidade de adotar medidas para regular o uso da internet nestas faixas etárias.
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse na semana passada não concordar com a votação sem um debate mais amplo. Segundo ele, o projeto poderia “censurar” as redes sociais.
A proposta, contudo, não trata de forma ampla a regulação das redes sociais, apenas responsabilizando as big techs pela exposição de forma inadequada de crianças na internet.
A votação da proposta será um teste para avaliar o apoio que o PL ainda tem dentro da Câmara dos Deputados, depois da ocupação que o partido fez da mesa de trabalhos do plenário da Casa.
O episódio desgastou o presidente Hugo Motta, que buscou recobrar sua autoridade no final da semana passada.