Exames de Bolsonaro indicam imagem residual de infecções pulmonares, esofagite e gastrite, diz boletim médico

Vídeo mostra chegada de Bolsonaro a hospital de Brasília para realizar exames
Boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star, em Brasília, neste sábado (16) informa que os exames realizados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro mostraram um quadro de infecções pulmonares, esofagite e gastrite.
Segundo o documento, os exames evidenciaram “imagem residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente relacionadas a episódios de broncoaspiração”.
“A endoscopia mostrou persistência da esofagite e da gastrite, agora menos intensa, porém com a necessidade de tratamento medicamentoso contínuo”, diz o boletim médico.
A recomendação dos médicos é de que o ex-presidente siga com tratamento da hipertensão arterial, do quadro de refluxo e medidas preventivas de broncoaspiração.
Bolsonaro deixou a prisão domiciliar mais cedo para realizar coleta de sangue e urina, endoscopia e tomografia abdominal. A avaliação foi indicada pela equipe médica que acompanha Bolsonaro.
Segundo seus advogados, o ex-presidente tem apresentado refluxo e soluços. Os exames deverão durar entre seis e oito horas.
Jair Bolsonaro deixa prisão domiciliar para fazer exames médicos em Brasília
Adriano Machado/Reuters
Prisão domiciliar
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto. A medida foi imposta por Moraes porque o ex-presidente é suspeito de atuar, junto com o filho Eduardo, para tentar interferir no processo em que é réu por golpe de Estado.
Sua saída foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele liberou a realização de exames, mas cobrou a apresentação de atestado de comparecimento ao Hospital DF Star em Brasília.
Julgamento em setembro
O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, marcou para 2 de setembro a primeira sessão de julgamento da ação penal da tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro é acusado pela PGR como “principal articulador, maior beneficiário e autor” das ações voltadas à ruptura do Estado Democrático de Direito para se manter no poder mesmo com a derrota para Lula (PT) em 2022.
Eles são acusados dos crimes de
Organização criminosa armada: pratica o crime quem lidera organização de quatro ou mais pessoas, estruturalmente ordenada, com uso de armas, caracterizada pela divisão de tarefas, visando cometer crimes;
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: acontece quando alguém tenta com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais;
Golpe de Estado: fica configurado quando uma pessoa tenta depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído;
Dano qualificado contra o patrimônio da União: ocorre quando alguém age para destruir, inutilizar ou deteriorar o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima;
Deterioração de patrimônio tombado: o crime fica caracterizado quando alguém age para destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial.
As penas máximas para crimes atribuídos a Bolsonaro podem levar a uma condenação de 43 anos de prisão. Os ministros do STF também definem as penas.
Veja abaixo a íntegra do boletim médico
“O ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro foi admitido no Hospital DF Star hoje, às 9:00hs, para investigação de quadro recente de febre, tosse, persistência de episódios de refluxo gastroesofágico e soluços. Realizou exames laboratoriais e de imagem sob supervisão da equipe médica. Os exames evidenciaram imagem residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente relacionadas a episódios de broncoaspiração. A endoscopia mostrou persistência da esofagite e da gastrite, agora menos intensa, porém com a necessidade de tratamento medicamentoso contínuo. Deverá seguir com o tratamento da hipertensão arterial, do quadro de refluxo e medidas preventivas de broncoaspiração, sendo liberado às 13h58”.
Medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Arte/g1