Advogado de Carla Zambelli diz que deputada, presa na Itália, ‘não se opõe a cumprir pena no Brasil’

Advogado de Carla Zambelli diz que deputada, presa na Itália, ‘não se opõe a cumprir pena no Brasil’


Advogado da deputada federal Carla Zambelli, Fabio Pagnozzi afirmou em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, nesta sexta-feira (15), que a deputada federal aceita cumprir a pena de prisão no Brasil. Ela já foi condenada a cumprir 10 anos no caso envolvendo invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e passa por novo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ela [Carla Zambelli] não se opõe a cumprir pena no Brasil, o que a Carla sempre disse é que ela quer estar em um país que ela pode ser julgada por pessoas imparciais. Então, o momento atual do governo aqui é onde a Carla não quer ser julgada ou cumprir pena. Ela foge, hoje, realmente das penas exorbitantes e penas ideológicas do Supremo Tribunal Federal”, disse Pagnozzi.
A deputada pediu e teve concedido pedido à Justiça italiana para passar por uma perícia médica independente, paralela à avaliação que será conduzida por um perito oficial do Estado. A tentativa é que ela tenha concedida a prisão domiciliar.
Nesta sexta, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento da deputada por perseguição armada a um homem negro, apoiador do presidente Lula, na véspera do 2º turno de 2022.
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O processo, relatado pelo ministro Gilmar Mendes, trata dos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O Supremo tem maioria para condenar a deputada a 5 anos e 3 meses de prisão, além da cassação de seu mandato.
Acompanharam o relator os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli.
Foto de arquivo de 15/05/2025 da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante uma coletiva de imprensa na sede de seu partido no bairro de Moema, na zona sul da cidade de São Paulo.
Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Condenação no caso CNJ
Zambelli já foi condenada pelo STF em outro processo, que apurou a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A Primeira Turma da Corte, por maioria, fixou pena de 10 anos de prisão em regime fechado, perda do mandato e inelegibilidade.
Também foi condenado o hacker Walter Delgatti Neto a 8 anos e 3 meses de prisão. Ambos terão de pagar indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Segundo a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli orientou Delgatti a invadir o sistema do CNJ para inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, com o objetivo de desacreditar a Justiça e incitar atos antidemocráticos.
A condenação já é definitiva, sem possibilidade de recursos.
Prisão na Itália e extradição
Carla Zambelli está presa na Itália desde 29 de julho, aguardando as etapas do processo de extradição para o Brasil.
Se a extradição for autorizada, ela deverá cumprir a pena de 10 anos imposta no caso CNJ, além de ter o mandato cassado e ficar inelegível. Caso também seja condenada no processo sobre a perseguição armada, a pena será somada.
[Post em atualização]