‘Não podemos adiar o debate’, diz Haddad sobre minerais críticos do Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (12) que o Brasil abra, com urgência, uma discussão estratégica sobre o uso de suas reservas de minerais críticos, como terras raras — insumos essenciais para a produção de baterias, semicondutores e tecnologias de transição energética. Para ele, não dá mais para adiar o debate.
O tema tem ganhado espaço nas agendas econômica e ambiental de diversos países, diante da corrida tecnológica e da disputa global por cadeias de produção mais sustentáveis.
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A União Europeia, os Estados Unidos e a China tratam o assunto como estratégico para garantir autonomia industrial e reduzir dependências externas. Em meio à crise do tarifaço comercial, os Estados Unidos demonstraram interesse em explorar os minerais do Brasil.
No Brasil, especialistas alertam que a simples exportação desses recursos mantém o país preso ao papel de fornecedor de matérias-primas, sem capturar o valor agregado da industrialização.
“O Brasil é rico em terras raras e minerais e precisa pensar. O padrão do Brasil é exportar commodities. Nós tínhamos que pensar numa forma de agregar valor. Simplesmente exportar minérios vamos reproduzir a lógica de empregos de qualidade duvidosa. Temos que agregar valor”, afirmou Haddad.
Fernando Haddad participa de audiência no Senado
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Segundo o ministro, já houve conversas, durante o governo de Joe Biden nos Estados Unidos, sobre a possibilidade de instalar joint ventures no país para produzir baterias. Ele disse esperar que parcerias semelhantes possam ser firmadas com a Europa e a China.
“Não podemos adiar esse debate, temos que precipitar esse debate. Concordo que tem que ser objeto de deliberação dos poderes da República”, acrescentou.
A discussão interna sobre minerais críticos envolve não apenas política industrial, mas também segurança nacional, transição energética e inserção internacional.
O Brasil detém reservas significativas desses insumos, como nióbio, grafite e lítio, e poderia, segundo analistas, se posicionar como fornecedor de produtos de alto valor tecnológico em vez de exportador bruto.
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Arte/g1