Governo não conseguiu sequer sentar à mesa com os EUA, diz Tebet sobre tarifaço
Governo não conseguiu sequer sentar à mesa com os EUA, diz Tebet sobre tarifaço
A ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o governo brasileiro sequer conseguiu sentar à mesa para negociar com Donald Trump sobre o tarifaço previsto para entrar em 1º de agosto e que já estuda planos para conter os impactos da medida.
“O governo Trump está sendo induzido ao erro por mentiras da família Bolsonaro”, disse Simone Tebet, em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, nesta terça-feira (29). “O governo do presidente Lula não saiu da mesa de negociação, porque não conseguiu sequer sentar-se à mesa. Não temos com quem dialogar”, disse a ministra .
“Nós temos a hoje a constatação de que nós vamos ter que esperar o 1º de agosto, com tudo pronto obviamente, todas as medidas estão na mesa do presidente, a depender do seguinte: vai haver prorrogação como houve com a China? Vão diminuir a alíquota tarifária de alguns produtos que eles não produzem lá e que impactam a inflação na mesa do americano?”, afirmou Tebet.
A ministra afirmou ainda que o Brasil segue fazendo esforços diplomáticos e econômicos, inclusive com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atuando junto a interlocutores internacionais. Mas, segundo Tebet, há um entendimento de que Trump ainda não quer conversar com o Brasil.
“Hoje, os intermediários sinalizam que o presidente Trump não quer conversar com o Brasil — ainda. E eu até entendo a estratégia. O Brasil exporta 12% de tudo que vende aos EUA, mas, para os americanos, isso representa só 2% da balança deles. Então, ele negocia primeiro com Europa, China, Japão, e só depois com o Brasil.”
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Simone Tebet afirmou que o governo já tem medidas prontas para reagir ao tarifaço, mas que a execução dessas ações dependerá do que os Estados Unidos decidirem nos próximos dias. Entre as possibilidades, estão uma eventual prorrogação do prazo — como ocorreu com a China — ou a redução das alíquotas para produtos que os americanos não produzem internamente.
“Todas as medidas estão na mesa do presidente. Algumas delas vão ser levadas adiante, outras não — a depender do seguinte: vai haver prorrogação, como teve com a China? Eles mesmos vão diminuir a alíquota de produtos que não produzem lá e que impactam a inflação na mesa do americano médio?”, disse Tebet.
De acordo com a ministra, não haverá retaliação. “Antes do dia 1º a única coisa que temos que fazer, além da diplomacia, é nos prepararmos para uma reação, não uma retaliação, é importante dizer isso”.