Presidente do PT vê em ataques de Eduardo Bolsonaro tentativa de materializar golpe com apoio de Trump

Presidente do PT vê em ataques de Eduardo Bolsonaro tentativa de materializar golpe com apoio de Trump


Diretor-geral da PF vê tentativa de intimidação em live de Eduardo Bolsonaro
O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou que as declarações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra a Polícia Federal (PF) “reforçam as tentativas (…) de tentar materializar a trama golpista”. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), pediu a prisão preventiva do parlamentar.
Segundo ele, o pedido de prisão já foi feito junto com o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). “Está claro que o que ele está fazendo é crime, crime de traição à nação.”
Conforme noticiado pelo blog, durante uma live no último domingo (20), Eduardo Bolsonaro direcionou ataques ao delegado da PF Fábio Alvarez Shor, responsável por inquéritos que envolvem seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo a tentativa de golpe após as eleições de 2022 e o caso das joias sauditas.
O deputado, que é escrivão licenciado da PF, chamou os agentes de “cachorrinhos da Polícia Federal” e lançou ameaça.
“Deixa eu saber não, irmão. Se eu ficar sabendo quem é você, ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Shor se ele conhece a gente”.
Em outro momento, ironizou: “Vocês não sabem a honra que é ser perseguido por vocês.”
Lindbergh criticou duramente o tom das falas e o histórico de ataques contra o delegado.
“Esse é o cara que esteve à frente da investigação da trama golpista. Eles começaram uma campanha de ataques, inclusive contra familiares”, afirmou. “É uma campanha coordenada, uma política de intimidação. Esse cara não pode continuar usando as redes sociais livremente pra cometer crimes”.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também reagiu à live, classificando as declarações como “covarde tentativa de intimidação”. Ele afirmou ao blog que a corporação adotará as providências legais cabíveis. A instituição destacou ainda que ameaças a agentes públicos no exercício de suas funções podem ser alvo de novas apurações criminais.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro. Em março, pediu licença do mandato na Câmara, mas o afastamento terminou no domingo (20).
Ele é investigado pela Procuradoria-Geral da República por suposta obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A investigação apura se o deputado atuou nos EUA para influenciar processos que envolvem o pai e outras autoridades brasileiras, inclusive com ataques públicos ao STF.
Foto de arquivo de 28/03/2023 do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL- SP) em sessão da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO